Beja, 30 mai 2011 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. António Vitalino, afirmou hoje que a Igreja Católica deve integrar-se plenamente no mundo das comunicações sociais e recusar ditar “normas moralizantes a partir de fora”.
Este envolvimento traduz-se numa comunicação “verdadeira, autêntica, coerente e promotora do bem comum da humanidade”, para que “o mundo não se autodestrua com os êxitos da ciência e da técnica”, sublinhou o prelado na nota semanal transmitida na Rádio Pax, emissora regional de Beja, 180 km a sudeste de Lisboa.
“A verdade não se impõe. Apenas se propõe, embora tenhamos de fazê-lo com a embalagem do testemunho de uma vida bela e verdadeira, coerente, mais que com sermões demagógicos”, realçou.
Referindo-se ao 45.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que os católicos assinalam este domingo, o prelado realçou que a presença nos media digitais “é já por si um anúncio, uma evangelização”.
Os novos meios permitem igualmente avaliar com maior facilidade a reação do público às posições da Igreja: “Quem se mete neste mundo da moderna comunicação, não pode pensar que vai ser sempre aplaudido e aceite”, assinalou.
“Acolhendo as críticas, os comentários, as reações, mesmo nem sempre de acordo connosco, poderemos avaliar até que ponto estamos a ser semente e medicina para a vida do mundo”, referiu o presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana.
António Vitalino frisou que a Igreja deve estar em “formação permanente” na área dos media e salientou os benefícios da internet: “As redes virtuais de socialização podem levar à construção de uma real comunhão global, ultrapassando as barreiras culturais, linguísticas e até religiosas”.
Depois de reconhecer que as redes sociais contribuem para “deitar abaixo regimes e ditaduras”, podendo também “alastrar para as modernas democracias”, António Vitalino relativizou a sua importância: “As mediações são necessárias e importantes, mas não são absolutas”.
A Igreja Católica em Portugal promove esta quinta-feira, em Lisboa, a apresentação do 45.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que em 2011 se subordina ao tema ‘Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital’.
RM
