Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão entregue ainda, a título honorífico, ao programa «70×7», e aos jornais centenários «Notícias da Covilhã» e «Jornal da Beira»
Lisboa, 22 mai 2020 (Ecclesia) – A reportagem multimédia do Expresso “O adeus dos monges da Cartuxa” venceu a edição deste ano do Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão, anunciou hoje o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), organismo da Igreja Católica em Portugal.
O trabalho tem texto de Christiana Martins, fotografia de António Pedro Ferreira e vídeo e edição de José Cedovim Pinto.
Isabel Figueiredo, diretora do SNCS, destaca o tema escolhido nesta reportagem, que “claramente marca a vida da Igreja em Portugal”.
Christiana Martins reagiu à distinção numa reunião online promovida hoje pelo SNCS.
“Foi um trabalho muito importante, que me tocou muito”, assinalou a jornalista, destacando o impacto do “silêncio” dos monges.
“Tentei ouvir o seu silêncio, justamente porque não pude entrar”, acrescentou.
Por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinala este ano no domingo “a Igreja Católica em Portugal distingue trabalhos jornalísticos sobre temática religiosa publicados durante o ano anterior”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
Na edição deste ano, foram também distinguidos, a título honorífico, o programa 70×7, nos 40 anos de emissão na RTP, e os jornais centenários “Notícias da Covilhã” e “Jornal da Beira”.
A reportagem do Expresso, ‘Cartuxa: o adeus dos peregrinos do silêncio’, abordou a saída destes religiosos de clausura do país, em outubro de 2019.
“Os monges cartuxos, os mais solitários dos solitários, vão deixar Portugal. Com eles levam uma dimensão religiosa ímpar e a surpresa de terem sido tocados pela saudade. As razões de uma partida que conseguiu ser adiada por 30 anos e as fotografias exclusivas no Mosteiro de Scala Coeli”, pode ler-se.
O Mosteiro “Scala Coeli” (“Escada do Céu”), na Arquidiocese de Évora, tinha quatro monges na comunidade cartusiana, três espanhóis e um português, integrados na comunidade da Cartuxa, em Barcelona.
O Convento da Cartuxa eborense tinha sido mandado construir em 1587, pelo então arcebispo D. Teotónio de Bragança, para acolher a comunidade religiosa de São Bruno, sendo dedicado à Virgem Maria, sob a denominação “Scala Coeli” – “Escada do Céu”.
A vida eremítico-cenobítica de contemplação e trabalho na Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli foi reiniciada em 1960, por sete Cartuxos, entre eles um português, após a expulsão das ordens religiosas em 1834.
De acordo com o superior da comunidade, padre Antão Lopez, encerramento do Mosteiro da Cartuxa de Évora deve-se à falta de vocações e ao envelhecimento dos monges.
O Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão é uma iniciativa da Igreja Católica em Portugal, através do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais em parceria com o Grupo Renascença Multimédia.
D. Manuel Falcão (1922-2012) foi bispo auxiliar de Lisboa e bispo de Beja, criou o Secretariado de Informação Religiosa e foi pioneiro do trabalho da Igreja Católica em Portugal nos meios de Comunicação Social, a partir dos anos 60 do século XX.
Em 2019, o prémio distinguiu a reportagem “É como se a Mãe descesse à Terra” da jornalista Catarina Canelas – com imagem João Franco, Tiago Donato e Rodrigo Cortegiano e edição de imagem de João Pedro Ferreira.
O jornalista João Francisco Gomes, do ‘Observador’, foi distinguido com o prémio de jornalismo Dom Manuel Falcão relativo a trabalhos publicados em 2017, pela entrevista ao cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.
Apresentado na celebração do 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, a 8 de maio de 2016, o ‘Prémio de Jornalismo D. Manuel Falcão’ foi entregue nesse dia, de forma honorífica, a dois antigos diretores do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, os cónegos António Rego e João Aguiar.
OC