Media: Igreja aposta na revolução digital

Lisboa, 13 set 2011 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Igreja Católica em Portugal, defendeu hoje a importância de uma reflexão interna sobre o advento do “digital”.

“O digital atinge amigos e inimigos, os que aceitam e os que os rejeitam, deixa impiedosamente para trás quem se lamuria ou se prende em considerandos nostálgicos”, indica, em texto hoje publicado no semanário Agência ECCLESIA.

Este responsável afasta a ideia de “obsessão ou febre tecnológica” na “proposta de reflexão dentro da Igreja, nomeadamente  nos responsáveis de comunicação, sobre o digital”.

“Os tempos não param, a evolução tecnológica torna-se galopante e invade todos os segmentos da vida. Crianças, jovens, adultos e velhos, eufóricos, viciados ou descontentes, ninguém escapa a esta avalanche na condição que escolhe – e tem de escolher uma – criador, utilizador ou apenas espectador desconfiado desta onda que já não permite que se explique o nosso tempo fora do seu contexto, ou escape à rede que constitui a trama da cultura do nosso tempo”, precisa.

O cónego António Rego lembra, por outro lado, que “o Papa Ratzinger, o grande homem do livro, presta uma particular atenção a este sinal implacável”, falando nas “potencialidades imensas do universo digital, media convencionais, redes sociais, transformações múltiplas e imparáveis no pensamento, na educação, na expressão do homem”.

Estes temas estão em destaque na mais recente edição do semanário Agência ECCLESIA, que antecipam a realização das Jornadas de Comunicação Social 2011, marcadas para Fátima, entre 29 e 30 de setembro, tendo como tema «Era digital: revolução na cultura e na sociedade».

O padre Américo Aguiar, vigário geral da diocese do Porto, escreve que a “presença no mundo digital é um dado adquirido”, sublinhando que “essa presença tem de ser obrigatoriamente verdadeira”.

“Essa presença de qualidade e com vocação de cada vez maior interatividade acarreta custos materiais que poderão ser obstáculo, principalmente neste tempo que vivemos. No entanto, poder ser oportunidade para que se pense, projete e construa cada vez mais em rede, partilhando custos e benefícios”, indica.

Pedro Jerónimo, do Observatório de Ciberjornalismo, aborda a “a comunicação digital na imprensa regional”, num texto em que afirma que “com o aparecimento da Internet, os jornais deixaram de ser meros difusores de informação” e “passaram a ser marcas com mais do que um canal de distribuição”.

“Os antigos leitores (atuais utilizadores) também já produzem informação. Deixaram de ser consumidores passivos. Têm telemóveis, estão nas redes sociais online… onde comunicam o seu dia a dia. Não estar próximo dessas pessoas, é ignorar a missão primária não só dos próprios meios de comunicação social, como também da instituição que lhes serve de inspiração”, alerta.

Tito de Morais, fundador do projeto ‘MiudosSegurosNa.Net’, refere, por seu lado, fala nas redes sociais, “um fenómeno de popularidade entre os utilizadores de Internet”, incluindo as crianças e jovens.

“Considero que as redes sociais não trazem benefícios ou oportunidades novas, tal como também não trazem riscos novos”, indica, acrescentando que “de igual modo, não exigem novas abordagens no domínio da segurança”.

“O que as redes sociais trazem de novo é a concentração de benefícios ou oportunidades num único local, o mesmo acontecendo com os riscos”, aponta.

OC

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