Media: Igreja à procura de peixes «fora do aquário»

Debate nas Jornadas de Comunicação Social, em Fátima, destaca importância da vivência comunitária face à dispersão tecnológica

Fátima, Santarém, 30 set 2011 (Ecclesia) – A Igreja Católica é desafiada a procurar “peixes fora do aquário”, particularmente num mundo digital, disse hoje em Fátima o presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (CPCS), organismo da Santa Sé.

D. Claudio Celli disse aos participantes nas Jornadas de Comunicação Social, que se concluíram esta manhã, que a Internet não basta, porque “é preciso encontrar uma comunidade”.

“Há patologias, gente que vive apenas na Internet”, alertou o arcebispo italiano.

Aos católicos, acrescentou, compete aproveitar tudo o que tiverem ao seu alcance, em termos de tecnologia, mas respeitando “a prioridade do projeto”.

“O projeto fundamental, prioritário, não é ter um site bonito, mas é ter uma comunidade que acredita em Deus”, precisou.

“Tenham o melhor site, empreguem as melhores tecnologias ao vosso alcance, mas há algo mais, depois, porque no final o que fascina, o que converte, é o testemunho de vida, esta comunidade que caminha”, acrescentou o presidente do CPCS.

O responsável criticou uma “visão paroquial” do trabalho eclesial, no qual cada um “pensa no seu galinheiro, no que é seu”.

D. Claudio Celli deu como exemplo o caso de uma diocese que se propunha lançar uma televisão “com a missa e o terço”, quando existia no seu país uma televisão católica nacional.

“Uma verdadeira rádio, televisão católicas não podem fazer apenas isso”, observou ainda.

A este respeito, o prelado convidou os media da Igreja a “avaliar, à luz do Evangelho, o que está a acontecer no mundo”, sem se transformarem “nunca num partido político”.

“Há que olhar com muita atenção para a situação que vivemos, uma situação preocupante, na Europa”, advertiu.

O arcebispo italiano foi interpelado a respeito da identidade de “uma rádio católica”, a exemplo da Renascença, em Portugal, afirmando que não tem um “modelo” a propor, porque existem “problemas e exigências, sociais ou eclesiais” que são específicos de cada país.

Para D. Claudio Celli existe, nestes meios, um potencial para chegar a pessoas que “dificilmente entram numa Igreja” ou participam na missa aos domingos, deixando o convite a ser o mais “criativo” possível.

O presidente do CPCS foi o conferencista do dia final destas Jornadas de Comunicação Social 2011, promovidas pela Igreja Católica, entre quinta e sexta-feira, que reuniram mais de uma centena de participantes em volta do tema «Era digital: revolução na cultura e na sociedade».

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top