Media: Espiritualidade é uma forma interior de «hacking» na sociedade tecnológica atual

Padre António Spadaro, especialista em comunicação, ajudou à reflexão da assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Cultura

Cidade do Vaticano, 08 fev 2013 (Ecclesia) – O consultor da Santa Sé em matéria de Comunicação Social e Cultura, padre Antonio Spadaro, diz que a espiritualidade pode ser entendida como uma forma interior de “hacking” no meio da sociedade tecnológica atual.

Segundo o sacerdote jesuíta, citado hoje pela Agência SIR, a espiritualidade é “algo que quebra o sistema fechado da vida das pessoas para as abrir à busca de um novo significado”.

O também teólogo, professor de comunicação e editor da revista “A Civilização Católica” abordou esta matéria durante uma mesa redonda intitulada “Nativos digitais, linguagens e rituais”, inserida na assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Cultura (CPC) que decorre até este sábado em Roma.

“A rede e a cultura do ciberespaço colocam novos desafios à habilidade da Igreja em moldar os seus ritos e preceitos numa linguagem simbólica que fale sobre a possibilidade e a presença da transcendência na sociedade”, apontou o padre António Spadaro.

O estudioso salientou ainda que “o facto de o homem viver num ambiente digital influencia a sua maneira de encarar a vida, a espiritualidade e a fé”, pois as novas tecnologias “vieram alterar a forma das pessoas comunicarem com Deus e com o próximo”.

Limitada a membro e consultores, entre os quais se conta o padre Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura da Igreja Católica em Portugal, a reunião magna do CPC teve início quarta-feira, com o objetivo de apontar novas formas de comunicação com as camadas juvenis nascidas na era digital.

Para abrir mais canais de diálogo entre a Igreja e os mais novos, o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do CPC, desafiou os jovens a enviarem questões e comentários relacionados com a temática da assembleia, através da sua conta na rede social Twitter.

O padre António Spadaro concluiu a sua intervenção deixando uma interrogação a todos os participantes no encontro: “Se as pessoas pegassem no hábito que têm de utilizar um determinado motor de busca na internet e o canalizassem para a sua procura de Deus, qual seria o impacto?”.

“A fé nos jovens” e o seu “alfabeto emotivo” são alguns dos temas fortes que estão a ser debatidos na assembleia plenária do CPC, que será concluída com uma intervenção do bispo português e delegado daquele organismo, D. Carlos Azevedo.

JCP

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Agência ECCLESIA

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