Media: «De pantufas, tivemos de chegar muito longe» – Paulo Rocha

Diretor da Agência ECCLESIA refere o tempo de pandemia como desafio a repensar a “ligação com outros públicos”

Lisboa, 15 mai 2021 (Ecclesia) – O diretor da Agência ECCLESIA, Paulo Rocha, afirmou que o tempo de pandemia “desafiou a repensar” as formas de gastar as solas dos sapatos, como diz o Papa Francisco, e criar “proximidade com outros públicos”. 

“A pandemia desafiou a repensar uma forma de gastar a sola dos sapatos, de que forma chegamos mais longe com as sandálias ou com as pantufas, no teletrabalho, e, nós, de pantufas, tivemos de chegar muito longe”, referiu à Agência ECCLESIA.

O responsável destacou, no entanto, que “as pantufas não podem substituir as sandálias” e, em tempo de pandemia, a agência de notícias da Igreja Católica em Portugal promoveu as “Conversas na ECCLESIA” que trouxeram “momentos bons, circunstâncias e memórias”, através dos meios digitais.

“Fomos fazendo ligação, através das redes digitais, fomos criando proximidade com outros públicos e também com as nossas fontes, até ultrapassando mesmo um impedimento que tínhamos muitas vezes que eram os quilómetros para chegar a lugares mais distantes”, explica.

Citando a “função primordial do jornalismo de dar voz e vez a quem não a tem”, Paulo Rocha aponta que a pandemia isolou muitas situações pela “impossibilidade de chegar, falar e criar relação”.

“O jornalismo sempre tem essa função e a pandemia reforçou, vem destapar esta função do jornalismo, de mostrar a todos o que possa estar escondido, e que precisa de ser resolvido, veja-se, por exemplo, o caso de Odemira”, aponta. 

Quanto à mensagem do Papa Francisco para este 55º dia das Comunicações Sociais, o diretor da ECCLESIA destaca a sintonia do papa com o jornalismo.

“Felizmente o Papa parece que foi ou é jornalista pelo que escreve em sintonia do que são desafios do jornalismo hoje, essa função de mediação do jornalismo tem de ser cuidada, caso contrário estamos a fragilizar o que temos de mais especifico e, para o conseguir, creio que é necessário ‘abandonar’ o que chega às redações e gastar a sola dos sapatos”, assume.

Paulo Rocha refere mesmo que, cada vez tal acontece na redação, por diversos motivos, a “decisão de partir à procura tem sempre avaliação final positiva” porque quando partem ficam “sempre a ganhar”.

O também secretário da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais fala deste trabalho, onde se “mostra a necessidade de criar pontes entre o que se faz e o que já existe”. 

“A pandemia veio mostrar que é preciso um ambiente que una a pontas e crie a relação entre todos e a comissão episcopal tem essa função de aproximar, lançar desafios e ajudar a colocar no terreno trabalhos em conjunto, percebendo que em conjunto cumprimos melhor a nossa missão, de forma mais ágil e mais fácil”, admite.

A entrevista é mote para o programa de rádio ECCLESIA deste domingo, dia 16 de maio, na Antena 1 da rádio pública pelas 06h00, ficando depois disponível online.

A mensagem para o 55.º Dia Mundial das Comunicações Sociais (16 de maio de 2021) tem como tema ‘«Vem e verás» (Jo 1, 46). Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são’.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se, em cada ano, no domingo antes do Pentecostes.

OC/SN

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