Media: D. João Lavrador pede Comunicação Social «atenta», rejeitando «sensacionalismo» (c/fotos)

Apresentação da mensagem do Papa decorreu no Santuário de Cristo Rei, em Almada

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

Almada, 24 jan 2022 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, disse hoje que o jornalismo deve promover a “escuta da realidade” e a “história” de cada pessoa, rejeitando o sensacionalismo.

“O tema deste ano, convidando à escuta, inscreve-se nas preocupações do Papa Francisco, para que a comunicação social se torne próxima da pessoa e junto dela apreenda as suas preocupações, sem ceder à tentação de uma comunicação de gabinente, de sensacionalismo, de opinião ou de redes sociais”, disse D. João Lavrador, que apresentava a mensagem do Papa para o 56.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgada esta manhã pelo Vaticano.

A sessão decorreu no edifício da Reitoria do Santuário de Cristo Rei, Almada, com organização da Comissão Episcopal da Cultura Bens Culturais e Comunicações Socais e a Diocese Setúbal.

A mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2022 tem como título ‘Escutar com o ouvido do coração’.

D. João Lavrador destacou a necessidade de ir ao encontro das pessoas, ligando a mensagem do Papa ao processo sinodal que decorre desde outubro, na Igreja Católica, como “dinamismo de escuta recíproca”.

“Um verdadeiro encontro só pode nascer da escuta”, acrescentou.

Já o bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, reforçou a ideia de que “é fundamental estar mais próximo da realidade”.

“Não basta ouvir, é preciso narrar e dar sentido”, precisou, convidando a “escutar a fragilidade”.

O tema proposto pelo Papa foi analisado, numa mesa-redonda moderada por Paulo Rocha, diretor da Agência ECCLESIA, na perspetiva do jornalismo, do processo sinodal na Igreja Católica e da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.

Paula Moura Pinheiro, jornalista da RTP, realçou na sua intervenção os “instrumentos base” do exercício jornalístico, hoje questionados por um “tempo ruidoso” que dificulta a escuta.

“Não há jornalismo sem olhar e ver, sem ouvir e escutar”, assinalou.

A profissional referiu-se à “pressão da velocidade” de que sofrem os jornalistas, incompatível com a “escuta correta e leal de todas as partes envolvidas”.

Augusta Delgado, da Comissão Preparatória do Sínodo Diocesano de Setúbal 2025 e do Sínodo dos Bispos 2023, afirmou que este processo tem sido dinamizado como um “caminhar juntos”, assente na escuta da experiência de cada um.

“Não deixar ninguém de fora: é para escutar todos”, assumiu, desejando que o processo tenha impacto nas próprias comunidades paroquiais.

João Marques, do Comité Organizador Diocesano de Setúbal para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, papel das redes sociais na “criação de comunidades”, em particular na vida da Igreja Católica.

O convidado advertiu que, muitas vezes, o afastamento dos jovens em relação à Igreja Católica decorre do facto de “não se sentirem ouvidos”.

Isabel Figueiredo, diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, fez a abertura da sessão – com transmissão online -, citando o Papa para sublinhar a necessidade de “palavras que sacudam o coração”, perante dramas como as guerras ou a pandemia.

A responsável falou, especificamente, da informação religiosa, pedindo “um outro olhar” sobre o que a Igreja tem para oferecer, que vá além das sucessivas polémicas.

A mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é divulgada a 24 de janeiro, dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a estabelecido pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se, em cada ano, no domingo antes do Pentecostes – 29 de maio, em 2022.

OC

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