Media: «Corremos o risco de cair num mundo em que veículamos informação que nunca é confirmada» – padre João Basto

Diretor do Secretariado Diocesano da Comunicação Social e do jornal Notícias de Viana, é o convidado desta semana da entrevista conjunta Renascença/Ecclesia, no Dia Mundial das Comunicações Sociais celebrado pela Igreja Católica

Foto: RR

Entrevista conduzida por Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

Começamos pelo tema escolhido pelo Papa para esta celebração: ‘Inteligência artificial e sabedoria do coração, para uma comunicação plenamente humana’. O que representa este desafio deixado pelo Papa Francisco?

Eu acho que o desafio do Papa com esta mensagem é tentar alertar para que a comunicação, nos seus amplos meios, não se torne, por influência da inteligência artificial, algo ou autorreferencial ou pseudoanónimo. Autorreferencial, por um lado, porque pode reduzir as pessoas a dados, e isso é uma frase que o Papa tem… reduzir as pessoas a dados, reduzir o pensamento a um esquema ou o bem a um lucro, e também anónima ou pseudoanónima porque pode também se traduzir numa espécie de desresponsabilização contínua editorial, coletiva, por uma poluição também cognitiva. E acho que este é o desafio do Papa, tentar que o recurso à inteligência artificial, que depende de nós se é bom ou mau, não possa tornar que o jornalismo e a comunicação se torne autorreferencial e anónima.

 

Há aí uma questão que me parece importante desenvolver e pergunto se é justo sublinhar exatamente o conjunto de ameaças que já é possível identificar no uso da inteligência artificial, já falou de algumas, para o jornalismo e não só, de forma geral, para a comunicação humana, porque temos os casos da manipulação de informação nas redes sociais, das fake news que são agravadas por estes recursos, é importante estarmos atentos a estas ameaças?

Eu acho que é importante estar atento, mas é importante também reforçar algo que o Papa diz, que é tentar também desviar e limpar o terreno de análise de certas leituras, muitas vezes catastrofistas, e de alguns efeitos paralisadores no uso das tecnologias, nomeadamente a inteligência artificial. É verdade que existe, e o Papa também no meio da mensagem, conteúdos como as fake news e os deepfake, mas também é verdade que nós temos que olhar para a inteligência artificial naquilo que ela é. A inteligência artificial é uma forma de expressar matematicamente o pensamento, foi isso que o Thomas Hobbes disse quando escreveu o Leviatã, e é isso que ele pensa que poderá ser, no século XVI, XVII, muito distante dos nossos dias, poderá ser uma espécie de inteligência. A verdade é que tudo o que é expresso de maneira matemática, e o Kurt Gödel, no século XX, explicou bem isso, não é um sistema coeso, portanto, esta ideia de que a inteligência artificial é uma ameaça, é uma ameaça quanto baste, e nós também temos de relativizar esses perigos.

 

Faria sentido falar mais em inteligências artificiais do que só numa grande entidade, para ser mais justo com aquilo que realmente temos diante de nós?

Eu acho que nós temos aqui uma entidade que é, como todas as tecnologias, ambígua, ou seja, nós podemos utilizar a inteligência artificial, e o Sindicato de Jornalistas Portugueses falou disso o ano passado, até em consequência da Carta de Paris sobre a inteligência artificial e o jornalismo. Nós podemos falar da inteligência artificial como um apoio ao trabalho jornalístico, porque há um certo trabalho repetitivo, um certo trabalho de análise, que ajuda em que a inteligência artificial é um grande auxílio. Podemos também falar da inteligência artificial como uma forma de propagação de informação falsa, portanto, nós temos que perceber aqui do que realmente estamos a falar. Depois de um jogo de futebol, efetivamente, a inteligência artificial ajuda muito, ou pode ajudar, porque analisa um conjunto de dados que é muito difícil nós rapidamente analisarmos. Pode também potenciar a divulgação rápida de notícias falsas, isso também é verdade.

 

Na apresentação da mensagem para este ano, que decorreu em Viana do Castelo, precisamente, falava-se da falta de um jornalismo com análise que procura explicar, de justificar os acontecimentos. Como é que vê esta crítica?

Compreendo a crítica, acho que o jornalismo passa por um conjunto de dificuldades hoje que não são só a qualidade do jornalismo. Nós temos o problema que tem a ver com o modelo de negócio, temos também o problema que tem a ver com a chacina que muitas vezes é feita às redações e a qualidade do jornalismo é também um deles. Muitas vezes o nosso jornalismo é, e a comunicação que fazemos, depende de um sistema quase de alcateia, de lógica tribal. Pouco recetivo também a críticas. Se me pergunta que o nosso jornalismo tem uma dificuldade na análise? Eu tenho dificuldade em ver, porque conheço exemplos disso. Eu acho que existe a tendência para que o consumo desmereça esse tipo de conteúdos e porque o consumo desmerece esse tipo de conteúdos, depois as redações e o trabalho é feito em sentido contrário.

 

Esse é um desafio mais particular ainda, por exemplo, no trabalho com um título como o ‘Notícias de Viana’?

Eu acho que é um desafio ainda maior, até se ligarmos à expressão do ‘Notícias de Viana’, que é um jornal regional de Viana, do distrito, já mais que centenário, e se ligarmos esse problema à questão do modelo de negócio, ou seja, se é difícil um órgão nacional se sustentar, muito mais difícil é um órgão regional. E isto por dois pontos, que é, em primeiro lugar, a dificuldade de financiamentos, ou seja, uma coisa é nós potenciarmos ou procurarmos publicidade junto de uma pessoa ou de uma pessoa dizendo que o nosso órgão de comunicação tem uma amplitude nacional, a outra é procurarem pequenos empresários, algo que tenha amplitude regional e que muitas vezes não tem amplitude que nós queremos. Depois, há uma grande dependência daquilo que são os pequenos poderes, que muitas vezes viciam o jogo da comunicação regional. Quando nós falamos também aqui, é muito frequente falar aqui do financiamento público, é preciso ver que se a nível nacional, às vezes, o financiamento público pode redundar numa espécie de viciação do trabalho jornalístico, muito mais o é num impacto regional, onde as câmaras, por exemplo, que são grandes poderes locais, têm uma influência muito grande naquilo que pode ser a linha editorial.

 

Sobre a questão da imprensa regional. A imprensa regional tem um património de memória e de comunidade que nenhuma inteligência artificial poderá substituir. Sente que esses títulos são devidamente valorizados?

Falou aí de um património de memória, e isso encaixa, creio eu, naquilo que o Papa diz na mensagem, ou seja, a comunicação é também relação, e o jornal regional tem um contacto quase porta a porta com as pessoas. Efetivamente, hoje em dia, também para não estarmos a idealizar, a comunicação regional… existe muita comunicação regional que parte do trabalho unicamente redacional, fechado nas quatro de paredes, e emissão permanente de comunicados que chegam, das câmaras ou até da Lusa.

 

Falta mais reportagem?

Falta rua. Muitas vezes falta rua. E nota-se isso também na forma como se fala dos temas. Aquilo que me parece é que este património que o jornalismo regional tem é o património muitas vezes da polémica, ou o património de nós… até de alguma agressividade. Reparem, eu sou diretor do ‘Notícias de Viana’ e às vezes folheio os jornais antigos. Há jornais antigos, nós temos um bocado a ideia de que nós vivemos num mundo muito violento. Os jornais antigos são espólio de um mundo muito mais violento que o nosso. O ‘Notícias de Viana’ tem N notícias de homens que foram mortos à sacholada. Há um anúncio que eu me recordo, que é um do jornal de 1930, que diz: ‘não acolham na vossa casa esta mulher como criada, pois ela é uma mulher de má vida’. Isto era comum nos jornais. Acho que às vezes este património, também da relativização do presente, é muito importante, porque muitas vezes estamos a tratar de um tema como se fosse a primeira vez e esse tema não surge. E acho que isso é um património muito importante.

 

Isso de olhar para um tema e parecer que é a primeira vez que se está a tratar é absolutamente recorrente…

Sim, é absolutamente recorrente, mas acho que em Portugal nós temos um excesso de historicismo. Ou seja, achamos sempre que é a primeira vez que estamos a tratar de tudo e de mais alguma coisa.

 

Quando a mensagem do Papa foi lançada em janeiro, foi feita uma sessão de apresentação em Viana e eu tive a oportunidade de estar com uma turma do 12º ano a falar do trabalho. Quando se fala de jornalismo e de comunicação, há risco de estarmos a falar de conceitos que já não são apreendidos pelas novas gerações.

Sim, acho que sim. Eu sou também professor, tenho responsabilidades no seminário e tenho claramente essa perspetiva, ou seja, quando nós falamos aqui de jornalismo, o consumo que nós temos da parte dos mais jovens de informação não é o consumo que nós estamos a falar de ler, ouvir a Renascença, ler o ‘New York Times’, etc. Há aqui um problema que nós temos, parece muito difícil resolvê-lo com as estratégias que vamos tendo, isso parece muito claro.

 

Mas é preciso criar uma distinção muito clara entre o trabalho jornalístico de outros conteúdos que estão presentes nas diversas plataformas a que atualmente temos acesso…

Eu acho que essa distinção é muito importante, mas acho que ela já não é feita e mesmo colegas meus e ex-alunos meus que entraram em jornalismo, eu não lhes conheço hábitos normais de leitura de jornais e de escuta de rádios e de visualização de televisão. E isto também depois cria um problema que é confundir o jornalismo com uma espécie de tendência permanente para o lifestyle. Esta ideia de que as entrevistas, e às vezes chegam os profissionais a campo, que acham que realmente, jovens acabados de formar, que querem copiar o modelo de entretenimento para o jornalismo. E não é bem isso que estamos a tratar. E há sempre o grande problema de fazer uma pergunta incómoda, tentar que as perguntas sejam pessoais, tentar que tudo seja na base do entretenimento e as coisas são diferentes. Mas acho que também, e olhando para o meu caso e para mim, acho que nós também criamos esta confusão nas pessoas.

 

Então, desse ponto de vista, não se deveria exigir à própria comunicação social um trabalho pedagógico, direi mais assertivo, na necessidade e na importância da mediação da informação, porque nem tudo o que se lê ou vê na internet é verdadeiro, não é?

Apetece-me responder em dois pontos.

O primeiro é que nós estamos a regressar, e até com a ajuda da Inteligência Artificial, a uma certa época pré-histórica na nossa existência humana. Digo isto porquê? A história baseia-se não só em factos, mas em documentos escritos. Nós hoje temos muita dificuldade em ter documentos sobre certas coisas. Se vivesse há dois séculos atrás, corresponder-me-ia com os meus amigos e as minhas amigas por carta. Eu hoje não faço isso, correspondo-me por WhatsApp. Isso é um facto que depois desajuda a criar este lastro histórico. Por outro lado, eu acho que nós temos, em Portugal e em geral, temos uma falta de educação para a literacia. Não é só para o jornalismo. É para a educação para a literacia financeira, para a literacia política. Eu quando pergunto aos meus alunos a diferença entre umas eleições legislativas e autárquicas, eles não sabem, pura e simplesmente. Eles acham que estão para a votar para o primeiro-ministro, não imaginam que estão a votar para deputados. Nós precisamos realmente de uma chancela. Corremos o risco de cair num mundo em que veículamos informação que nunca é confirmada, porque é muito difícil de confirmar. E é por isso que eu acho que é preciso também esta literacia.

 

A ideia é que para que um caso seja verdade, basta que vários meios de comunicação social o tenham divulgado…

Eu recordo-me há uns tempos atrás de um debate na RTP sobre o futuro do jornalismo, onde um dos convidados que diz algo do género:  Eu escrevo artigos para jornais em vários países. Quando eu faço uma prova de facto, aponto um facto num artigo meu, todos os jornais exteriores a Portugal me ligam a perguntar onde é que o senhor se baseou. Em Portugal não acontece. Eu acho que também há aqui um trabalho que tem de ser feito neste sentido. Não é só o modelo negócio, não é só a extinção das redações como temos assistido e que deve-nos levar à preocupação da pluralidade dos meios de comunicação social, mas é também a qualidade do jornalismo que nós fazemos, que às vezes também cria um desinteresse nas pessoas.

 

E também não cria uma certa intoxicação informativa que será responsável pelo aumento dos populismos e dos extremismos?

Eu acho que há aqui algo premente, e que tem a ver com a forma como se comunica, como se diz ou divulga uma notícia. Por exemplo, por vezes ouvimos: X arrasou Y; ou num debate em vez de ser um debate moderado, as pessoas estão a conversar, e vemos que vai ser um debate para ver quem é que é o último que fica em pé. Isto cria claramente mais boost (impulso) nas redes sociais, cria mais impacto. E o que talvez seja preciso, e tem sido adiantado, é que os algoritmos, porque tudo isto destes boosts, e esta espécie de plano inclinado, de bola de neve, deriva também do uso de algoritmos, e eu acho que é preciso talvez que haja uma regulação, cada vez maior, mas também que haja uma regulação deste algoritmo. Que nós possamos saber que há algoritmos que têm a chancela de grupos de comunicação e que são protegidos por esse grupo de comunicação e que não permitem que as notícias que são dadas sejam unicamente notícias ligadas a este tipo de violência também verbal.

Corremos o risco – e nesta semana há um caso premente – corremos o risco que na semana onde existem questões prementes no governo, onde existem questões prementes também na guerra de faixa de Gaza, com Israel e a Palestina, ou Israel ou Hamas, a notícia mais badalada, a notícia que toda a gente fala, é porque um socialite foi preso. Portanto, há aqui uma desproporcionalidade muito clara. Quando existe a possibilidade de um cessar-fogo numa guerra com uma escala global, e aquilo que abre dois telejornais é a prisão de um socialite parece-me claro o ponto em que nós estamos.

Hoje liguei a internet e fui ver as primeiras páginas de alguns órgãos de comunicação designadamente no digital, e é gritante o destaque que este assunto tem. E acho que isto revela uma certa neurose face ao clima informativo, que depois alimenta os populismos.

Ou seja, há quem diga que os populismos, quer de extrema-esquerda, quer de extrema-direita, estão ligados a uma certa dificuldade de falar dos problemas reais das pessoas, e também a uma certa forma de dar pão e circo para que estas pessoas também se entretenham. E acho que nós estamos, muitas vezes, preocupados com isso, mas não percebemos como caímos na armadilha de dar gasóleo e gasolina e esse tipo de coisa.

 

No fundo o Padre João está a dizer que a própria comunicação social, sem querer eventualmente, também ajuda a alimentar esses populismos….

Sim, acho que sim, para mim é gritante. A forma como nós tratámos com certos atores políticos, a forma como deixámos de fazer contraditório, como confundimos as coisas. Aliás, esse é um exemplo claro em Portugal, o exemplo histórico, recente, de atores políticos que são entrevistados em programas como este, que apesar de convidados não ser grande coisa, são programas jornalísticos, e depois que vão fazer o talk show da manhã, há aqui uma confusão clara entre as duas coisas, e parece-me que não há balizas, e é importante ter estas balizas. Uma coisa é uma entrevista, um debate, outra coisa é uma conversa informal num talk show da manhã ou num programa do Youtube.

 

Este 55º Dia Mundial das Comunicações sociais, é uma jornada em que a Igreja Católica é também convidada a pensar na forma como comunica. Pergunto-lhe se há consciência, pelo menos do contato que tem e do conhecimento que tem nos responsáveis católicos da necessidade de investir nesta área da comunicação? 

Eu acho que há, até por causa de questões ainda recentes na história e na memória da Igreja em Portugal.

 

Estamos a falar, por exemplo, das questões ligadas à polémica que houve com os casos de abusos sexuais?

Sim, parece-me que sim. Se calhar respondo em dois ou três pontos. Primeiro, eu acho que a dificuldade da Igreja não está em comunicar-se nos média, ou seja, acho que a Igreja tem, muito embora se possa dizer que às vezes não é destacada como creio que possa ser, mas tem aceitação nos media.

Eu acho que a Igreja comunica nos média, não sabe é comunicar com os media. Tem presença, e há pessoas da Igreja que são relevantes, e ainda temos o caso recente do bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, que vai comentar para um canal de televisão, o próprio cardeal Tolentino, era um dos articulistas mais lidos e mais antigos, no Expresso. Portanto, nós temos essa presença. Acho que não sabemos, depois é fazer um trabalho que não é de comunicação externa, mas é de comunicação institucional. Acho que esse trabalho nos falta. Parece-me é que muitas vezes também nós exigimos demasiado, e falo enquanto gabinete de comunicação: Exigimos demasiado aos bispos e damos pouco. Não é uma crítica aos jornalistas, é uma crítica mesmo interna, até a mim próprio.  Acho que exigimos demasiado aos bispos condições e damos pouco, e acho que devemos deixar, enquanto gabinete de comunicação, de exigir tantos meios e passar a dar mais.

 

Muitas publicações da Igreja, muita imprensa regional e alguma nacional passaram ou passam por dificuldades, e já se referiu ao longo da nossa conversa a essa questão. Tem encontrado no poder político a vontade para tentar ajudar na resolução dos problemas?

Sendo uma questão, também ela muito complexa, eu acho que aqui nós temos de ter alguma distância, e apesar de saber que sindicalmente existe uma tendência no jornalismo para achar importante haver um financiamento público, como é o caso, por exemplo, do ‘Le Monde’, um jornal de referência e é quase financiado pelo Estado francês, mas eu acho que nós precisamos de arranjar formas de financiamento que não dependam necessariamente do poder político. Porque na imprensa nacional, como é o ‘Le Monde’, um jornal internacional, isso pode funcionar porque há muitos leitores. Na imprensa regional isso não acontece. Eu acho que tornar a imprensa regional dependente do financiamento público, nomeadamente do financiamento direto de instituições camarárias, direto de algumas empresas que são muitas vezes monopólios nas próprias regiões, cria dependência. Aliás, faz com que os jornais e os órgãos de comunicação social sejam gabinetes de imprensa, ou seja, sejam unicamente megafones dos gabinetes de imprensa, e isto é claramente perigoso. Nós sabemos claramente que num meio regional basta o Presidente da Câmara muitas vezes não atender o telefone e não há notícia. E é diferente o impacto se o Presidente da República não atender o telefone, ou se um Bispo não atender o telefone num caso de abuso. No caso do autarca basta não conceder a entrevista, basta não querer falar, basta não ligar, e nós ficamos claramente despidos, e parece-me óbvio que isto acontece num meio regional, e parece-me também importante nós precavermos isso. O poder político é importante, acho que é uma parte essencial para resolver uma situação grave na comunicação regional e na comunicação nacional, mas há risco.

 

E há o risco de outras públicas virem a fechar portas, por exemplo? 

Eu acho que há risco, e há o risco de sobreviverem, num meio regional, as comunicações que são claramente dependentes e negativamente dependentes do poder camarário. Isto parece-me claro. E é um alerta que muitas vezes neste debate não é dado, porque nós estamos focados em grandes órgãos de comunicação nacional: Quando se fala de comunicação regional, e nós temos muitos desertos informativos em Portugal, o próprio distrito de Viana tem muitos concelhos que são desertos informativos, ou seja, locais onde não existe nenhum órgão de comunicação social e onde a única informação que recebem é aquela que é filtrada por gabinetes das câmaras. E acho que isto é importante de referir, e nós não temos esta atenção hoje em dia.

 

 

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