Encontros na Assembleia da República e na ERC serviram para levar preocupações do setor
Lisboa, 04 abr 2018 (Ecclesia) – A Direção da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC), esteve hoje no Parlamento para uma audiência com a Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, pedindo a valorização dos títulos regionais.
“A imprensa regional deve ser valorizada e não apenas do ponto de vista estético, de cosmética”, disse à Agência ECCLESIA o presidente da AIC, Paulo Ribeiro.
O chefe de redação do jornal ‘Alvorada’, da Lourinhã, referiu que os deputados compreenderam as preocupações que existem no país, “no capítulo das dificuldades financeiras” que a imprensa atravessa.
“A Assembleia da República tem de fazer mais por este setor, uma vez que está em causa também a coesão territorial”, acrescentou.
Para este responsável, o desaparecimento de um título regional representa uma “perda de identidade” para a região em causa e é “a própria Democracia que está em causa”.
“Essa preocupação manifestada por nós foi muito bem acolhida”, sublinhou.
O presidente da AIC afirma que os membros da associação querem ser “parceiros ativos da construção de um novo quadro jurídico, que possa melhorar o papel e a importância que a Comunicação Social” tem no país.
“Estamos disponíveis para colaborar, para aperfeiçoar a legislação para o setor da Comunicação Social”, prosseguiu.
Paulo Ribeiro manifestou satisfação pela forma como os representantes da AIC foram recebidos “por todos os grupos parlamentares”, considerando que os anseios da associação são os mesmos de “toda a Comunicação Social, sobretudo regional”.
Durante a audiência para apresentação dos novos Órgãos Sociais da AIC, Edite Estrela, presidente da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, destacou a “manifestação de grande carinho” por estes títulos, realçando a função de “coesão territorial” que desempenham, junto das “comunidades locais”, e também junto dos portugueses na diáspora, como “elemento identitário e de ligação à sua região”.
Edite Estrela assina mensalmente um texto no ‘Mensageiro de Bragança’, no seu distrito natal, e sublinhou perante os deputados a “total independência e autonomia” de que goza.
A nova direção da AIC apresentou-se ainda à ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social, mostrando “preocupação” face ao acompanhamento que está a ser feito por este órgão no que diz respeito às “reclassificações das publicações”.
Alguns títulos até agora considerados regionais, e com conteúdos generalistas, estão a ser classificados como “imprensa doutrinária”, levando ao fim dos apoios estatais para este setor.
Paulo Ribeiro disse ter encontrado um “novo espírito de abertura” da ERC e disse ser importante que a AIC se mostre “à comunidade em geral” e, nomeadamente, aos organismos que acompanham o setor da Comunicação Social.
Na última Assembleia Geral da AIC, em março, além do novo presidente, foram também eleitos Paulo Rocha, diretor da Agência Ecclesia, para vice-presidente da AIC; Maria da Conceição Vieira, diretora do ‘Jornal da Família’, como tesoureira; António Marques, diretor do jornal ‘Raio de Luz’, como secretário; e António Rodrigues, diretor do ‘Mensageiro de Bragança’, como secretário.
OC