Diretor de comunicação da Diocese de Setúbal aborda experiência de assegurar fluxo comunicacional da diocese, no contexto das Jornadas Nacionais de Comunicação Social
Lisboa, 24 set 2025 (Ecclesia) – O diretor de comunicação da Diocese de Setúbal, Ricardo Perna, considera que a relação da Igreja com a comunicação registou nos últimos anos um progresso evidente.
“É fantástico o percurso que tem sido feito. Podemos dizer que em algumas dioceses, incluindo a nossa, onde há muito para fazer, onde há muito mais coisas que podiam ser feitas. É verdade, mas se olharmos para há 20, 30 anos, a evolução que tem sido feita é uma evolução visível”, afirmou o responsável, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Ricardo Perna defende que “há uma preocupação maior com a comunicação” por parte da Igreja, nomeadamente em compreender que consegue chegar a públicos onde antes não conseguia.
O responsável dá o exemplo da utilização das redes sociais para difundir mensagens, algo que de outra forma não seria possível fazer de forma “tão eficaz” chegando “a tanta gente”.
O diretor de comunicação da Diocese de Setúbal destacou também a importância do trabalho em rede na Igreja, ressaltando que “a partilha de recursos” e “de produção de conteúdos é chave”.
Em declarações a propósito das Jornadas Nacionais de Comunicação Social, que decorrem esta quinta e sexta-feira em Coimbra, com o tema “Comunicar sem corantes nem conservantes”, o diretor de comunicação da Diocese de Setúbal referiu que hoje em dia é essencial dominar o digital.
“Nós temos feito uma aposta muito forte precisamente na comunicação por essa via também. Hoje em dia as ferramentas que aparecem servem-nos de uma forma incrível, permitem-nos fazer coisas que nunca permitiriam há algum tempo”, realçou, acrescentando que “que podem e devem ser utilizadas de uma forma positiva”, para “construir conteúdo” “útil para as pessoas”.
Com o desenvolvimento da tecnologia, há cada vez o mais o risco de cair em conteúdo falso, mas Ricardo Perna acredita que “se houver uma credibilidade construída da parte de quem comunica”, o público “vai confiar e vai saber que o que está a ver é bom, é credível, é positivo”.
“Se não houver essa confiança, obviamente que a mensagem pode sair deturpada ou pode não gerar a credibilidade que se espera, mas mais uma vez, tudo depende da credibilidade que as fontes têm”, reforçou.
Segundo Ricardo Perna, a Diocese de Setúbal tem procurado ser “esta fonte credível”, um ponto de comunicação que as pessoas sabem que o conteúdo divulgado é “verdadeiro”, “real” e “feito com a utilização das mais diversas ferramentas digitais”.
Sobre a responsabilidade de assegurar o fluxo comunicacional da diocese na atualidade, Ricardo Perna destaca que esta “é uma tarefa diária”, um “desafio constante” e “é efetivamente uma missão de evangelização”.
Nós não podemos dissociar aquilo que nós fazemos no Departamento de Comunicação do papel de evangelização que os sacerdotes fazem no seu dia-a-dia, que os leigos fazem nos trabalhos dos seus secretariados. O nosso papel é também passar uma mensagem que seja evangelizadora”, salientou.
Para o responsável, o “grande desafio” está em pegar nos recursos existentes, em todas as dioceses, e fazer o melhor possível para “garantir uma comunicação constante, credível e que de alguma forma sirva às pessoas”.
Ricardo Perna explica que a Diocese de Setúbal tem apostado no digital, nas redes sociais, de “forma constante”, através de publicações diárias.
“Temos a capacidade de produzir vídeos, de produzir fotografia, de produzir tudo aquilo que possa ajudar as pessoas, por um lado, a conhecer aquilo que é a vida da sua diocese, aquilo que é a vida do seu bispo, do seu pastor, e, por outro lado, todas as informações que possam ser úteis às pessoas que vivem” no território diocesano, indicou, em entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
Falando em números, Ricardo Perna dá conta que este ano os conteúdos publicados na página da diocese na rede social facebook registaram quatro milhões de visualizações, o que mostra que há “vontade das pessoas” de procurar informação relacionada com a igreja diocesana.
As Jornadas Nacionais de Comunicação Social vão incluir uma componente prática, com um Workshop “Storytelling digital: como criar conteúdos com impacto e relação”, conduzido por Nelson Pimenta, diretor digital do Grupo Renascença, na sexta-feira.
“É importante percebermos que não vale a pena apenas construirmos conteúdos que gerem movimento, mas que, na prática, depois tenham muito pouco”, entende Ricardo Perna.
“Um vídeo de 10 segundos, 15 segundos, isso é que gera tráfego. Ok, podemos tê-lo, mas podemos também ter informação que seja consistente, credível e que de alguma forma procure explicar às pessoas a realidade e passar a mensagem que precisamos de passar”, acrescentou.
As Jornadas Nacionais de Comunicação 2025 partem das intervenções do Papa Leão XIV e da última mensagem do Papa Francisco, para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, abordando os desafios do digital e o valor do humano, na área dos media.
As informações acerca do encontro encontram-se na página da internet criada para registo de inscrições, onde estão também indicações sobre refeições e alojamento.
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