Media: «A verdade é fundamental na comunicação social para que seja autenticamente libertadora e humanizadora» – D. João Lavrador

Bispo de Angra deixou este alerta durante as jornadas diocesanas de comunicação que decorreram em Ponta Delgada

Foto Igreja Açores

Angra do Heroísmo, 27 out 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra, nos Açores, realçou o papel da comunicação social cristã em contribuir para “uma democracia autêntica” e para a salvaguarda da “dignidade humana, do bem comum e da verdade”.

Numa intervenção enviada hoje à Agência ECCLESIA, e que teve lugar durante a 4.ª edição das Jornadas de Comunicação da diocese açoriana, D. João Lavrador salientou que “interpelações” como a “exigência da verdade”, a “prioridade às periferias”, o “motivar para a esperança” parecem hoje “ir em contra corrente”, numa sociedade onde se “tem acentuado o desprezo ou abandono do caminho da verdade”.

“A verdade é fundamental na comunicação social para que seja autenticamente libertadora e humanizadora”, frisou aquele responsável, que é atualmente também o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, da Igreja Católica.

As Jornadas de Comunicação da Diocese de Angra tiveram lugar esta sexta-feira Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada, subordinadas ao tema ‘Comunicar Periferias, Verdade e Esperança’.

Entre os oradores destaque para a presença de Yago de la Cierva, professor na Pontifícia Universidade de Santa Cruz, em Roma, que trouxe aos participantes uma conferência sobre ‘como falar de Igreja em tempo de crise’.

Para D. António Lavrador, hoje no contexto da cultura atual “é o humanismo que está em causa” e “nesse sentido” os comunicadores cristãos são também chamados “a refletir sobre o contributo que o humanismo cristão poderá oferecer para uma comunicação social que responda aos nossos tempos”.

O investigador da Universidade de Santa Cruz, em Roma, procurou trazer luz para esta matéria, salientando a missão da Igreja Católica em enfrentar, denunciar e explicar a verdade, por mais “incómoda que seja”.

E aqui Yago de La Cierva lembrou situações difíceis de comunicar que também tocam as estruturas católicas, como os casos de abusos sexuais de menores.

“Um tema duro, desagradável, que causa dano mas que tem de ser enfrentado até ao fim. Só assim se conseguirá restaurar a confiança na Igreja”, alertou.

Aquele docente acrescentou ainda que “os abusos constituem um problema social, transversal à sociedade e que não é exclusivo da Igreja, mas para o qual a igreja não pode ficar indiferente ou calada”.

“Ela tem de ser capaz de contar o que está a fazer para a sua própria conversão, rompendo com mitos, como por exemplo o que se estabeleceu entre o celibato e o abuso de menores”, apontou Yago de La Cierva, que depois recordou o papel que deve caber aos jornalistas.

De “apresentar os dois lados da história, não ficando apenas nos aspectos negativos mas também apresentando o outro lado da história, porque há sempre um outro lado”, completou.

JCP

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Agência ECCLESIA

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