Jornalista da Renascença fez a cobertura jornalística no voo papal com João Paulo II, Bento XVI e Francisco
Lisboa, 13 mai 2019 (Ecclesia) – A jornalista da Renascença Aura Miguel completou com a deslocação à Bulgária e Macedónia do Norte as 100 viagens a acompanhar os Papas, um “privilégio” de “olhos fixos no sucessor de Pedro”.
“Foi um enriquecimento pessoal muito grande, quer do ponto de vista do conhecimento mas também da fé, porque olho para trás e impressiona-me que a minha vida seja seguir Pedro. Gosto de o fazer de olhos fixos no sucessor de Pedro”, afirma a vaticanista à Agência ECCLESIA.
Aura Miguel estreou-se em 1987 numa viagem com João Paulo II à Polónia, num contexto de “falta de liberdade religiosa”, dando início a 100 viagens, encarando sempre cada uma como a primeira.
“Eu claramente cresci na fé, olhando para a maneira como eles dizem sim à missão que Deus lhes dá e eu lembro-me que, quando comecei a seguir o Papa, em especial quando entrei pela primeira vez no avião papal, fiquei chocada com os meus colegas mais velhos”, admite, procurando, em cada viagem contrariar a rotina.
“100 viagens já sei como elas vão ser, mas não esperar nada… Eles não esperavam nada, como se estivessem a fazer um frete. É preciso trabalho. Eu espero, para cada viagem, (que) eu possa partir com o mesmo entusiasmo da primeira. Só assim se aprende”, indica.
51 viagens foram feitas com São João Paulo II, Papa que marcou a jornalista e com quem teve momentos para recordar.
“Com João Paulo II tenho vários momentos em que ele me faz uma festa na cara, o que também nunca achei possível, mas aconteceu. Isso ajuda-me a perceber que a fé para ser vivida onde Deus coloca cada um”, recorda.
A Bento XVI, Aura Miguel atribui uma “uma grandiosidade intelectual e uma inteligência humilde, ao nível dos grandes santos e doutores da Igreja, São Tomás de Aquino e outros” ao mesmo tempo que reconhece uma “grande delicadeza, timidez, uma pessoa fascinante”.
Com Francisco, a jornalista da Renascença recorda a “ternura” e “afetividade”, bem como a “desproporcionalidade” quando o Papa lhe concedeu a entrevista, em setembro de 2015.
“O desproporcionado que é, pela surpresa quando pela sua mão dele me entrega o envelope com a resposta ao meu pedido e ele próprio a dizer quando marcava a entrevista, quando tem colaboradores e um staff ao seu dispor para me fazer chegar o envelope”, recorda.
Na viagem de regresso à Bulgária e à Macedónia do Norte Aura Miguel foi surpreendida pelo Papa Francisco que assinalou a sua centésima viagem ofertando-lhe uma caixa de bombons.
“Alguma vez eu imaginava que ia ter isto que me aconteceu que é um Papa oferecer-me uma caixinha de rosas da Bulgária? A dimensão da caridade que é tão próxima e é uma sensação de paternidade, que nos conduz como um pai que tem estes gestos que são completamente inesperados para alguém que tem a seu cargo esta missão mas nem por isso deixa de ser uma pessoa”, reconhece a jornalista que confessa a sua surpresa de “alguém, com imensas coisas em cima dos ombros” tem a lembrança de “pedir a alguém para comprar” um doce.
“Sou imensamente grata ao que me deram”, afirma.
Aura Miguel reconhece que organiza a sua vida a partir da agenda do Papa e das muitas conferências para as quais é convidada e procura atender.
A jornalista da Renascença considera que é seu dever partilhar não só na rádio a experiência de acompanhar o Papa, mas também nas “paróquias mais recônditas”, de norte a sul do país.
A Renascença promove hoje uma sessão solene, no auditório do Grupo Renascença Multimédia para assinalar a cobertura jornalística das 100 viagens papais pela jornalista Aura Miguel.
PR/LS