Matosinhos: Vigararia refletiu sobre a dimensão política do amor e da misericórdia

Matosinhos, Porto, 17 fev 2016 (Ecclesia) – O anterior presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores considera que é “possível e necessário falar de amor” e fazê-lo inspirar e atuar “na prática e na vida pública e empresarial”, num encontro da Vigararia de Matosinhos.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIAA, vigararia da Diocese do Porto informa que o jurista António Pinto Leite foi convidado para refletir sobre o tema ‘Para uma cultura da misericórdia’ e assinalou que é preciso definir o “modo como fazer o amor evangélico atuar na prática” das decisões de cada um e “no modelo das organizações”.

O empresário recordou que os fundadores da União Europeia, Konrad Adenauer, Robert Shumann e Alcide de Gasperi governaram, respetivamente, países como Alemanha, França e Itália movidos por “um verdadeiro amor aos seus países e à Europa”.

Neste contexto, referiu que há necessidade de lideranças políticas capazes de “pôr o interesse dos outros acima do seu” estando “dispostos a esquecer-se de si”.

Para António Pinto Leite, é preciso que os responsáveis políticos “liderem” de forma a “tornarem-se dispensáveis”, com uma governação “capaz de olhar a longo prazo” e, por amor, “serem capaz de fazer escolhas” e estabelecer compromissos que “garantam o futuro às novas gerações”.

“É assim que fazem um pai e uma mãe, ao educar com amor os seus filhos”, observou o também autor do livro ‘O amor como critério de gestão’.

O anterior presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores apresentou “dados preocupantes” sobre a realidade portuguesa: “Relativos ao inverno demográfico; à sustentabilidade da segurança social; ao investimento na educação e às desigualdades sociais.”

Por isso, no encontro desta segunda-feira, o orador sustentou que é preciso olhar para estes “tigres” com “coragem, verdade e visão de futuro” denunciando alguns “pecados dos governantes”, como “a manipulação da informação e a gestão das expectativas”.

Neste âmbito, António Pinto Leite defendeu que é preciso “criar riqueza”, como “condição fundamental” para enfrentar novos problemas, bem como um “cordão de segurança social para não tocar nos que têm rendimentos mais baixos”.

Segundo o pároco de Nossa Senhora da Hora, o conferencista com os exemplos de vida e os tópicos de reflexão “prendeu e surpreendeu” a assembleia, no segundo encontro vicarial de Matosinhos, Diocese do Porto, realizado na Exponor.

Para o padre Amaro Gonçalo, foi também “interessante” o testemunho do jurista sobre o papel da Igreja e dos cristãos no “combate à pobreza”, onde afirmou: “A Igreja Católica é a maior história de amor em Portugal.”

Este foi o segundo de três encontros vicariais temáticos – ‘Para uma cultura da misericórdia’ – inspirados no capítulo oitavo do livro a ‘Misericórdia, condição fundamental do evangelho e chave da vida cristã’, do cardeal Walter Kasper.

CB/PR

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