Igreja promove fórum nacional para agentes pastorais do setor das vocações
Coimbra, 26 out 2012 (Ecclesia) – A Comissão Episcopal de Vocações e Ministérios (CEVM), da Igreja Católica, vai promover a partir de hoje, em Fátima, um fórum nacional de reflexão sobre os desafios e oportunidades que se apresentam nesta área.
Em declarações concedidas à Agência ECCLESIA, o presidente daquele organismo, D. Virgílio Antunes, identifica duas grandes dificuldades: a ausência de um “cultura de fé” onde as vocações “se desenvolvam” e um estilo de vida materialista que “torna muito difícil” a entrada de Deus nos “corações” dos jovens.
Para o bispo de Coimbra, é preciso começar por apostar mais na “descoberta” e na “comunhão com Deus”, através de um “trabalho permanente de acompanhamento nas paróquias e comunidades”.
Os animadores vocacionais devem ser capazes de apresentar aos mais novos “propostas que proporcionem experiências fortes de encontro com Deus e consigo mesmos, para compreenderem o que é o mundo, a Igreja, a vida, e definirem os valores e objetivos que nela querem colocar”, salienta.
As atividades podem ter um carácter “mais restrito”, ao nível do “diálogo pessoal, do tempo de oração, da celebração da eucaristia, da direção espiritual ou de atividades organizadas para pequenos grupos”, ou assumir uma dimensão “mais alargada”, como acontece por exemplo com as “jornadas mundiais da juventude e os grandes encontros de Taizé”.
O presidente da CEVM sublinha que é através destas iniciativas internacionais que “os jovens percebem que a fé afinal é vivida por muitos outros e não só meia dúzia”, o que faz com que eles “se entusiasmem e acabem por ver a vida de outra forma”.
O Fórum Nacional das Vocações, subordinado ao tema “Fé e Cultura Vocacional”, decorre até sábado na Capela da Morte de Jesus, em Fátima.
Responsáveis católicos como o bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, vogal da CEVM, e o padre José Miguel Pereira, reitor do Seminário dos Olivais, em Lisboa, vão procurar definir “orientações pastorais para a promoção das vocações” sacerdotais e analisar “os destinatários e sujeitos da cultura vocacional”.
Segundo D. Virgílio Antunes, o mais comum é a Igreja Católica se deparar hoje com “jovens tão ocupados com as suas tarefas quotidianas, o estudo, o trabalho, a vida familiar, as atividades culturais ou desportivas, os objetivos laborais e financeiros” que se mostram completamente “fechados a Deus”.
Cabe aos “organismos centrais” da Igreja ajudarem os agentes pastorais desta área a “manterem bem viva” a chama da sua missão e “fornecerem os elementos mais adequados” para a realização de um bom trabalho, “no contacto direto com os possíveis candidatos à vida religiosa”, sustenta o prelado.
Entre os diversos instrumentos que podem ser utilizados, para chegar junto dos mais novos de uma forma percetível, o bispo conimbricense destaca as novas plataformas de comunicação.
“A Igreja tem de colocar a tecnologia ao serviço de uma cultura vocacional, sem desvirtuar aquilo que é a mensagem cristã e a verdade do Evangelho”, conclui.
JCP