Desrespeito pelos direitos humanos, violência e impunidade foram os temas que predominaram no seminário “A Igreja e os seus mártires em defesa dos direitos humanos na Amazónia”, durante o Fórum Social Mundial 2009, a decorrer no Brasil As organizações de pastoral social da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), em conjunto com a Cáritas e a Comissão Justiça e Paz, têm neste espaço uma tenda dedicada à Ir. Dorothy Stang, assassinada pelo seu empenho em favor dos indígenas da Amazónia. O espaço apresenta relatos sobre a violação dos direitos humanos e as ameaças que sofrem as lideranças que denunciam o crime na região amazónia do Pará. Segundo o advogado e membro da Sociedade Paraense da Defesa dos Direitos Humanos, Marco Apolo, a terra está no centro dos conflitos na região, sendo cobiçada por dois motivos. “De um lado, os fazendeiros querem as terras para formar pastos e criar bois, por isso derrubam as florestas; do outro, os madeireiros, que querem a madeira para exportar”, disse. Além da terra, o advogado atribuiu os conflitos no Pará também à extracção de minério e à construção, pelo Governo, de centrais hidroeléctricas. “A impunidade é o que mais alimenta a violência aqui no Pará”, disse Apolo ao lembrar que aqueles que ordenaram o assassinato da Ir. Dorothy continuam à solta. A religiosa trabalhava na organização dos trabalhadores sem-terra e foi assassinada em Fevereiro de 2005. “A luta pela defesa dos direitos humanos é parte integrante da mensagem evangélica; sublinhou o padre Humberto Guidotti, que falou sobre o compromisso da Igreja nesta área. A líder Maria Joelma falou de como assumiu a luta do seu marido, o sindicalista José Dutra da Costa, conhecido como Dezinho, morto em 2000. “A minha filha de 11 anos foi chamar o pai para morrer”, recordou ao contar que o pistoleiro se apresentou como um trabalhador que precisa da ajuda do Dezinho para resolver o problema da reforma da sua avó. Redacção/CNBB