Marselha: «Abramos as portas das igrejas e das residências paroquiais», apela o Papa

Encontro com a comunidade católica convidou a superar «indiferença e julgamento»

Foto: Lusa/EPA

Marselha, França. 22 set 2023 (Ecclesia) – O Papa disse hoje, em Marselha, que a Igreja Católica tem de ser um espaço de acolhimento e solidariedade para quem sofre, falando na primeira intervenção da sua visita à cidade francesa, para participar nos ‘Encontros do Mediterrâneo’.

“Abramos as portas das igrejas e das residências paroquiais, mas sobretudo as do coração para mostrar, através da nossa mansidão, gentileza e acolhimento, o rosto de Nosso Senhor. Quem se aproxima de vós, não encontre indiferença e julgamento, mas o testemunho duma alegria humilde, mais frutuosa do que toda a capacidade que possais ostentar.”, referiu Francisco, na cidade francesa.

O programa de dois dias começou com o encontro de oração na Basílica de Notre-Dame de la Garde, junto da comunidade católica, tendo o Papa sido recebido pelo cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha.

“Desde o século XIII, o santo Povo de Deus procurou e encontrou aqui, na colina de La Garde, a presença do Senhor através dos olhos da sua Santa Mãe. Por isso, há séculos que os marselheses – especialmente os que navegam por entre as ondas do Mediterrâneo – sobem aqui para rezar”, recordou Francisco.

A intervenção aludiu ao “cruzamento de povos”, em Marselha, para falar sobre o “cruzamente de olhares”, entre Jesus, a humanidade e a Virgem Maria.

“Também nós, sacerdotes e consagrados, somos chamados a fazer sentir ao povo o olhar de Jesus e, ao mesmo tempo, levar a Jesus o olhar dos irmãos. No primeiro caso, somos instrumentos de misericórdia; no segundo, instrumentos de intercessão”, precisou o pontífice.

O Papa desafiou os católicos a ser “homens e mulheres de compaixão”, acompanhando especialmente os “mais frágeis e os menos afortunados”.

“Que os feridos da vida encontrem um porto seguro no vosso olhar, um encorajamento no vosso abraço, uma carícia nas vossas mãos, capazes de enxugar lágrimas”, desejou.

Francisco destacou o simbolismo das várias imagens de Nossa Senhora, veneradas na Basílica, pedindo que sirvam de inspiração para uma “vida humilde, alegre, rica de zelo apostólico”.

“Caríssimos, levemos aos irmãos o olhar de Deus, levemos a Deus a sede dos irmãos, espalhemos a alegria do Evangelho. Esta é a nossa vida que é incrivelmente bela, não obstante os cansaços e as quedas”, concluiu.

Após a intervenção, o Papa recitou uma oração a Notre-Dame de la Garde, para que todos se empenhem em “servir cada vez mais os irmãos”.

No final deste encontro de oração, Francisco segue para um momento de reflexão, com vários líderes religiosos, no memorial dedicado aos marinheiros e migrantes que morreram no mar.

OC

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Agência ECCLESIA

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