Secretário-geral sublinha importância de manter solidariedade, no pós-emergência
Lisboa, 14 set 2023 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesas está a acompanhar a situação provocada pelo sismo da última semana em Marrocos, reunindo donativos através do seu fundo para emergências internacionais, em ligação com a confederação internacional da organização católica.
“A Cáritas é um serviço para todos”, refere à Agência ECCLESIA João Pereira, secretário-geral da organização católica em Portugal.
O responsável precisa que a instituição procura desenvolver, nesta primeira fase, uma resposta “articulada” com a Cáritas em Marrocos, num momento em que a prioridade passa pelas operações de resgate e “salvar vidas”, nos escombros.
Para o futuro imediato, a prioridade passa por oferecer apoio a quem perdeu a sua casa, alimentação, água, “ajuda psicossocial e acompanhamento espiritual”.
O sismo que atingiu Marrocos na última sexta-feira provocou mais de 2900 mortos, milhares de feridos e desalojados, deixando elevados danos materiais na região de Marraquexe.
“Uma das nossas linhas identitárias é a atuação nas emergências, sejam elas calamidades naturais, guerras ou outras. Está no nosso ADN procurar apoiar, colaborar com a nossa rede de comunidades cristãs e pessoas de boa vontade”, assinala João Pereira.
O entrevistado na emissão desta quinta-feira do Programa ECCLESIA (RTP 2) aponta ao “desafio geográfico” levantado pelo sismo, dado que há zonas isoladas e sem acesso, nas montanhas.
Uma equipa da Cáritas está à procura de motos para chegar a outras áreas e aldeias, inacessíveis por carro, para distribuir geradores, roupas, kits de primeiros socorros, alimentos, remédios e tendas.
Segundo o secretário-geral da Cáritas Portuguesa, este trabalho está a ser desenvolvido “numa articulação muito próxima com as autoridades”.
As operações são coordenadas, do ponto de vista da Igreja Católica, pela Arquidiocese de Rabat, visando que a solidariedade tenha um impacto “o mais próximo possível” das pessoas.
Os católicos em Marrocos são cerca de 23 mil, 0,07% da população de 34,8 milhões de pessoas, na sua maior parte por estrangeiros, distribuídos por duas Arquidioceses, Rabat e Tanger, e 35 paróquias.
Os donativos recolhidos pela Cáritas Portuguesa, através da sua conta para emergências internacionais, apontam às necessidades imediatas e à “fase de recuperação”, nos próximos meses.
“Esse é um desafio grande, porque neste momento os holofotes estão na emergência, mas o pós-emergência também é fundamental para que as pessoas possam recuperar as suas vidas e a sua esperança”, observa João Pereira.
HM/OC
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