O estudo da “marca” Fátima pode parecer uma ideia pouco adequada para definir o fenómeno das aparições na Cova da Iria, que em todo o mundo têm sensibilizado milhões de pessoas de todas as idades. “Marketing Religioso: Fátima – imagem e posicionamento”, de Madalena Abreu, foi apresentado esta semana e assume o propósito de analisar Fátima à luz das técnicas do Marketing. Para a autora do estudo, o objectivo é adequar as modernas técnicas de estudo e produção de imagem a uma realidade que toca o íntimo de muitas pessoas, crentes ou não. “Quis perceber como é que a ferramenta do Marketing poderia ajudar a organização em causa, o Santuário de Fátima, a primeira realidade a ser estudada”, explicou Madalena Abreu ao programa ECCLESIA. Ajudar a que o Santuário cumpra a sua missão e adequar a imagem de Fátima à sua mensagem são algumas das ideias avançadas. “Há públicos diferentes, de vários segmentos, e é preciso uma adequação da linguagem para fazer chegar a mensagem a todas as pessoas”, sustenta a autora. “Tudo isso implica uma série de recursos humanos que o Santuário ainda não tem”, aponta ainda, sem negar a evolução que teve lugar nos últimos anos. Para os especialistas das técnicas de Marketing, Fátima é uma das raras marcas globais que o nosso país possui e aparece como um desafio, mesmo do ponto de vista religioso, pela profundidade da mensagem e a forma como toca uma grande diversidade de públicos. Luís Reto, que apresentou a obra, esclarece que o Marketing “procura conhecer os consumidores, neste caso os crentes, e estudar a melhor maneira para que a mensagem que queremos fazer passar chegue ao público alvo”. A utilização positiva destas técnicas, segundo o estudo, poderá mesmo reforçar da pureza da mensagem.