Mário Soares: Bispos portugueses destacam «defesa da liberdade religiosa num espírito de cooperação e respeito»

Conselho permanente da CEP fez também «memória agradecida» pela vida do médico Daniel Serrão

Fátima, 10 jan 2017 (Ecclesia) – O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) fez hoje “memória agradecida” da vida do ex-presidente da República Mário Soares e do médico Daniel Serrão, na primeira reunião de 2017 realizada em Fátima.

“Em relação à Igreja (Mário Soares fez) a afirmação sempre da defesa da liberdade religiosa num espírito de cooperação e de respeito”, afirmou o secretário da CEP, em homenagem agradecida ao ex-presidente da República.

O padre Manuel Barbosa, em nome dos bispos, realçou de Mário Soares “toda a sua vida, a defesa da democracia, dos seus valores”.

Aos jornalistas, relembrou a frase do antigo presidente da República: “As religiões são instrumentos de paz, de civilização e de diálogo entre os povos.”

O padre Manuel Barbosa recordou também o que o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, disse à Agência ECCLESIA sobre Mário Soares: “Um homem que deu um contributo notável e irrecusável no estabelecimento da democracia em Portugal.”

O Conselho Permanente da CEP reconheceu ainda a “dedicação” de Mário Soares enquanto presidente da Comissão da Liberdade Religiosa [criada pela Lei 16/2001] e a forma como nessas funções assumiu os princípios da Lei da Liberdade Religiosa: “Liberdade, igualdade, cooperação, respeito, e da tolerância entre todas as religiões legalmente reconhecidas no nosso país.”

Mário Soares, de 92 anos, morreu no sábado, dia 7 de janeiro, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado desde 13 de dezembro de 2016.

Como presidente da República, recebeu o Papa João Paulo II na viagem que o santo polaco fez a Portugal, em 1991; antes, a 27 de abril de 1990, realizou uma visita oficial ao Vaticano.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir desta segunda-feira, pela morte do antigo chefe de Estado, e o funeral realizou-se esta tarde no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, depois de ter estado em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos, desde esta segunda-feira.

Os bispos que constituem o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa também fizeram “memória muito agradecida” pela vida do médico Daniel Serrão.

O padre Manuel Barbosa destacou o “legado que deixa” o iniciador da Bioética em Portugal, “o homem que foi”, e a “fé muito comprometida e de profunda humanidade”.

Sobre Daniel Serrão, foi citada a nota do bispo do Porto: “Um homem de grandes causas, um cristão de assumidas convicções e um cidadão de corajoso compromisso humano, cultural e social, sempre pautado pelo serviço do bem comum.”

Daniel Serrão, membro honorário da Academia Pontifícia para a Vida (Santa Sé), professor catedrático e investigador, faleceu este domingo, dia 08, aos 88 anos de idade, vítima de problemas respiratórios.

Em Fátima, os bispos portugueses em memória “muito agradecida” sublinharam o legado do antigo dirigente da Associação de Médicos Católicos Portugueses, a defesa que Daniel Serrão “fez da vida”, da relação “muito profunda entre ética e medicina”.

Daniel dos Santos Pinto Serrão nasceu em Vila Real, no dia 1 de março de 1928 e licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em 1951; Venceu o Prémio Nacional de Saúde 2010, e assinou vários artigos de opinião na Agência ECCLESIA.

HM/CB

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