Maria pôs-se a caminho

“Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia”.

A informação é dada pelo evangelista Lucas. Está no início do testemunho que deixou para a História sobre a vida de Jesus, logo após o anúncio do nascimento de João Batista e do próprio Cristo. Depois de balbuciar algumas palavras, até a um “faça-se segundo a tua palavra”, a primeira decisão de Maria foi dirigir-se à casa de Isabel para fazer uma visita. Foi ao encontro daquela que, em idade avançada, iria ser mãe do “percursor”, para a ajudar no que fosse útil e sobretudo para estar com quem vivia momentos de perplexidade. Nesse momento, quando Maria se encontrou com a sua prima Isabel – diz o texto – “o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”.

As “visitas” que Maria continua a fazer, como as que aconteceram no último ano com a presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima em todas as dioceses de Portugal, provocam os mesmos efeitos: alegria e presença do Espírito Santo.

No Santuário de Fátima ou nos locais por onde passa quando se põe a caminho qual peregrina entre os peregrinos, a imagem de Maria mobiliza multidões que geram facilmente interrogações nos avaliam fenómenos de massas, na sociedade atual. De fora dessas apreciações, raramente notadas por serem fatores reveladores da inscrição e da relevância da religião na atualidade, ficam as transformações mais profundas e expressivas que a presença de Maria continua a gerar:  as que acontecem em cada pessoa, que provocam mudanças nos itinerários de vida, que levam a decisões construtoras de felicidade.

É também aqui, no universo pessoal, que a presença de Maria em Fátima permanece como ambiente mais simbólico e repleto de significado. A comprová-lo estão, por exemplo, as reações dos peregrinos quando, após dias de caminhada, avistam a Capelinha das Aparições ou as emoções impossíveis de conter quando cumprem uma promessa aos pés de Maria. Igualmente expressiva é a relação que se estabelece entre cada pessoa e a passagem imagem de Maria, tanto nas procissões no Santuário de Fátima como nas visitas que faz em todo o mundo.

“Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa”. É assim que termina a narração da primeira “visitação” de Maria. Um forma de estar presente que se mantem ao longo de dois mil anos. Maria visita pessoas e comunidades, durante um, dois dias ou durante um ano, como a que aconteceu às dioceses de Portugal. Agora regressa a casa. Brevemente teremos outra notícia a dizer “Maria pôs-se a caminho”…

Paulo Rocha

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