«Deus é o único ponto de referência para o crente muçulmano, mas junto a Ele estão os que reflectem sua santidade, como Maria», afirma um expoente da Santa Sé analisando a figura da Virgem no diálogo com o Islão. Centrado no papel de Maria como ponto de encontro no diálogo inter-religioso, o arcebispo Francesco Gioia, presidente da Peregrinação à Sede de Pedro, argumenta a questão no livro «Maria, mãe da palavra, modelo de diálogo entre as religiões», editado por Ciudad Nueva. «No Islão –explica o prelado–, Maria ocupa um posto relevante. É a única mulher que o Corão menciona por seu nome». Segundo o Corão, «um anjo, por ordem de Deus, anuncia a Maria que dará à luz um filho puríssimo, mensagem ante a qual Ela se curva. Dá à luz sob uma palmeira que a nutre milagrosamente. É virgem e pura. Custodia a sua virgindade e Deus lhe infunde o seu espírito, fazendo d’Ela e do seu filho “um sinal para as criaturas», observa o Arcebispo Gioia. «No Corão –continua o arcebispo–, Maria tem uma decidida função cristológica, sublinhada pela designação predominante de Jesus como “filho de Maria”». Existem, portanto, sobre a figura de Maria, «pontos de convergência e de divergência entre cristãos e muçulmanos», «mas não se deve minimizar o fato de que a tradição muçulmana prolonga Maria como modelo aos fiéis do Islã», conclui.
