Marcelo Rebelo de Sousa elogia esforço diplomático da Igreja

O esforço diplomático da Igreja Católica na defesa dos direitos humanos foi ontem objecto de elogios de Marcelo Rebelo de Sousa, que destacou também a atenção da hierarquia e de Bento XVI às mudanças sociais em Portugal. Rebelo de Sousa falava em Leiria, onde participou numa conferência sobre “doutrina social da igreja e direitos humanos”, organizada pela Comissão Diocesana Justiça e Paz. Para o antigo líder social-democrata, o papel da Igreja na defesa dos Direitos Humanos tem sido essencial, como o prova o trabalho dos últimos Papas nas Nações Unidas que “estiveram envolvidos em todas as questões diplomáticas sensíveis”, recordando a defesa da Santa Sé em matérias como África, Médio Oriente, Palestina, Direitos Sociais ou a América Latina. “Em tudo quanto era sensível na diplomacia internacional, a Igreja posicionou-se na defesa dos direitos humanos, muitas vezes contra os Estados Unidos e contra alguns países europeus”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa, que elogiou o papel da doutrina social da igreja na adaptação do discurso do Vaticano. “Os direitos humanos respeitam-se na letra mas também no espírito” e a doutrina social da igreja “choca as pessoas” porque aposta em mudanças a longo-prazo da sociedade, considerou. O comentador lamentou a excessiva laicização da sociedade, que prejudica, para si, a afirmação da liberdade religiosa de cada indivíduo na sociedade, afirmando o seu testemunho de fé. Todo o cristão tem o “direito de denúncia” daquilo que considera negativo na sociedade, mesmo que existam “modismos” na sociedade ateia e na comunicação social que contestam essa afirmação, disse, criticando o “amoralismo” e “relativismo dos valores” do mundo contemporâneo. Por seu turno, o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, recordou o facto de em 2008 se comemorarem os 60 anos da Declaração dos Direitos do Homem, considerando que esse diploma veio revolucionar a relação da humanidade entre si. “A humanidade não pode viver sem lei ou ainda domina o mais forte sobre o mais fraco”, afirmou o prelado, considerando que a “declaração dos direitos do homem é a expressão comum desta lei natural”. “O respeito pelos direitos humanos começa todos os dias” e “todos somos chamados a mobilizar-nos” em torno desta causa, acrescentou. “Isto é tão importante como ir à missa”, disse ainda D. António Marto, arrancando aplausos entre as três centenas de participantes. Redacção/Lusa Notícias relacionadas • Igreja promove ciclo sobre direitos humanos em Leiria

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