Fundação AIS apoia milhares de religiosas em todo o mundo
Sem as religiosas, o mundo seria certamente um lugar com muito mais sofrimento. As irmãs são rosto de esperança às vezes nos ambientes mais difíceis, mais duros. São presença silenciosa, mas essencial. Uma em cada 30 religiosas em todo o mundo é apoiada directamente pela Fundação AIS. “Face a tantas pessoas de mãos estendidas, é preciso mobilizar mais recursos para que mais irmãs possam levar mais longe o seu trabalho insubstituível de caridade”, diz Catarina Martins de Bettencourt, directora da AIS em Portugal.
Há, actualmente, cerca de 600 mil religiosas em todo o mundo. Todas elas, nas suas múltiplas vocações, são sinal da ternura de Deus, são sinal de esperança. A Fundação AIS tem como uma das suas missões apoiar o esforço destas mulheres consagradas que estão presentes nas mais diversas periferias da humanidade, ao serviço dos mais frágeis, dos mais abandonados, dos esquecidos. As irmãs estão onde, por vezes, mais ninguém quer ir. Desde orfanatos a prisões, de hospitais a campos de deslocados, nos bairros mais humildes e pobres nos arredores das grandes cidades, ao lado das vítimas do terrorismo ou das redes criminosas… Em todos estes lugares é sempre possível encontrar alguma destas mulheres ao serviço dos mais pobres dos pobres. A Fundação AIS apoia uma em cada trinta religiosas em todo o mundo. “É extraordinário, mas insuficiente”, alerta a directora da Fundação AIS em Portugal. “Face a tanta pobreza, a tanta gente que passa por dificuldades, face a tantas pessoas de mãos estendidas, é preciso alargar esta rede de entreajuda, é preciso mobilizar mais recursos para que mais irmãs possam levar mais longe o seu trabalho insubstituível de caridade”, diz Catarina Martins de Bettencourt. “Elas estão nas periferias, nos bairros de lata, nos lugares mais miseráveis, e nós temos de acompanhar essa solicitude com o nosso apoio. É isso que peço aos portugueses, é isso que peço uma vez mais aos nossos queridos benfeitores: que nos ajudem a apoiar um número ainda maior de religiosas para que mais e mais irmãs possam ser sinal de esperança nos lugares onde há mais sofrimento”, acrescenta a responsável.
Ser rosto de Cristo em contexto de desespero
Exemplo do apoio dado pela Fundação AIS, a irmã Aparecida Queiroz, que está na Diocese de Pemba, em Cabo Delgado, ainda recentemente enviou uma mensagem a agradecer tudo o que tem sido feito em favor da Igreja nesta região norte de Moçambique que tem estado assolada por constantes ataques terroristas. A religiosa, da Congregação das Filhas de Jesus, lembra que tem sido graças à ajuda disponibilizada pela solidariedade dos benfeitores e amigos da Fundação AIS em Portugal e um pouco por todo o mundo que a diocese de Pemba tem distribuído alimentos “para mais de 2 mil famílias”, e que foi possível, com essa ajuda, “realizar celebrações em comunidade a que já não tínhamos acesso, formar seminaristas, levar a voz de esperança da rádio diocesana [Rádio Sem Fronteiras] a milhares de pessoas”. Portanto, acrescenta a Irmã, “a mão de Deus através da AIS devolve vidas e por isso não podemos parar, não podemos deixar de ser rosto de Cristo neste contexto de desespero”. Um Cristo, diz ainda a concluir a irmã Aparecida, “que alimenta o corpo e a alma, que cura e multiplica pães e peixes”.
“Elas contam com a nossa ajuda…”
A ajuda da Fundação AIS às religiosas é visível nos quatro cantos do mundo. É assim no norte de Moçambique, é assim na Islândia, no Peru, na Indonésia, no Iraque ou na Síria, na Ucrânia… São, ao todo, cerca de vinte mil. Para lembrar a missão destas mulheres consagradas, a Fundação AIS tem estado a enviar para casa de milhares de portugueses um Boletim em que são apresentadas algumas histórias que comprovam a presença tantas vezes silenciosa das religiosas em tantos e tantos lugares. “Nas zonas mais esquecidas, entram em barracas miseráveis para lavar, alimentar e cuidar de idosos abandonados. Sentam-se ao seu lado, rezam, escutam, consolam. Ajudam doentes, acompanham moribundos, visitam reclusos, resgatam mulheres da prostituição e auxiliam toxicodependentes a saírem do vício. Sabem que todos podem ser salvos e acendem essa esperança com um simples gesto, um sorriso, uma oração”, pode ler-se no referido Boletim que inclui uma Edição Especial em memória do Papa Francisco. As religiosas não procuram reconhecimento, mas apenas servir. Seguem o exemplo de Maria, com o coração de mãe e a coragem de quem ama até ao fim. São as mãos da ternura de Deus. A Fundação AIS tem como missão ajudá-las, dando-lhes condições para poderem realizar a sua missão. “Elas contam com a nossa ajuda e nós, Fundação AIS, contamos com a sua generosidade”, conclui Catarina Bettencourt.
Paulo Aido
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