Manifestação contra tráfico de órgãos em Nampula

Está marcada para o próximo Domingo uma manifestação contra o tráfico de órgãos humanos, em Moçambique. Apesar de as autoridades ainda não terem dado luz verde a esta iniciativa, o arcebispo de Nampula garante que o povo vai mesmo sair às ruas. Há mais de um mês que D. Tomé Makhweliha, solicitou aos serviços da Assembleia Municipal autorização para uma manifestação que fará memória do rapto de crianças e do alegado tráfico de órgãos humanos em Moçambique. O arcebispo de Nampula reservou no passado Domingo, na missa da catedral, um tempo final de reflexão com os fiéis sobre os factos que têm mantido a cidade e os bairros circundantes em estado de sítio. A manifestação está marcada para as 10:00 do dia 21 e pretende, segundo o arcebispo, ser pacífica e pacificadora. CASO FOI SUBESTIMADO O Procurador-Geral da República (PGR) de Moçambique, Joaquim Madeira, disse, ontem à Assembleia da República desse país que o alegado caso de tráfico de órgãos humanos terá sido “subestimado” pelas autoridades de Nampula. Na apresentação do relatório anual da Procuradoria, Madeira referiu que “apesar das denúncias feitas, as autoridades nada fizeram para investigar a situação”, tendo confirmado a prisão de um homem que tentou negociar um menor e a detenção de outros dois que tentaram vender uma criança a um casal estrangeiro. Joaquim Madeira pediu à Assembleia a aprovação de legislação que tipifique este tipo de crimes, que não está qualificado na lei penal moçambicana. O caso do alegado tráfico já levou o bispo português D.Januário Torgal Ferreira a apelar ao primeiro-ministro português, Durão Barroso, para, em Maputo, não esquecer o assunto nos contactos que vai manter com os dirigentes moçambicanos. O bispo, em declarações à RDP África, referiu que “se é verdade o que tem vindo a ser dito, é preciso levantar a voz e tentar ajudar a descobrir a verdade”.

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