Mali: Padre alemão é libertado após ter sido raptado e mantido em cativeiro 371 dias

Missionário desenvolvia há cerca de três décadas “um importante trabalho ao nível do diálogo inter-religioso” e terá sido raptado por elementos de um grupo ligado à Al-Qaeda.

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 28 nov 2023 (Ecclesia) – O padre alemão Hans-Joachim Lohre, membro da Sociedade dos Missionários de África, foi libertado, no último domingo, após ter sido sequestrado, perto da escola onde trabalhava, em Bamako, no Mali, e permanecido em cativeiro durante mais de um ano.

De acordo com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o missionário, que foi sequestrado a 20 de novembro de 2022, desenvolvia há cerca de três décadas “um importante trabalho ao nível do diálogo inter-religioso, lecionando no Instituto de Educação Cristã”.

A notícia da libertação do sacerdote, de 66 anos, foi confirmada por um responsável da arquidiocese e por um funcionário interino do Mali, informa a AIS, que explica que o padre “Ha-Jo”, como era conhecido, foi raptado quando se preparava para ir celebrar uma missa, acabando por ficar 371 dias em cativeiro.

O automóvel e a cruz que o padre trazia sempre ao peito foram encontrados no chão.

Segundo a Agência Fides, que cita fontes diplomáticas e de segurança, o missionário terá sido raptado por elementos do Grupo de Apoio ao Islão e aos muçulmanos, ligados à Al-Qaeda, revela a fundação pontifícia.

Aquando do rapto do sacerdote, este foi visto como mais um sinal da deterioração das condições de vida da comunidade cristã no país, como resultado da atuação violenta de diversos grupos jihadistas que operam com relativa impunidade na região do Sahel, uma vasta zona que inclui países como o Mali, Níger ou Burquina Faso, por exemplo, acrescenta a AIS.

Segundo a fundação, um outro sacerdote, padre Joël Yougbaré, que foi raptado no Burkina Faso a 17 de março de 2019, estará nas mãos dos grupos jihadistas na região.

Além destes casos, a AIS dá conta que, nos últimos anos, foram também raptados e continuarão em cativeiro cidadãos de vários países, nomeadamente sul-africanos e um casal italiano com o filho.

LJ

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Agência ECCLESIA

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