Populações do norte do país obrigadas a «deixar as suas casas» devido à ação de grupos radicais islâmicos
Lisboa, 07 nov 2012 (Ecclesia) – O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) tem relatórios que comprovam “uma clara deterioração dos direitos humanos” no norte Mali, região controlada por grupos radicais islâmicos.
Segundo informações publicadas hoje na página da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre na internet, tudo começou em abril, “quando o Movimento para a Libertação de Azawad (MLA)” impôs a lei islâmica (sharia) “e proclamou unilateralmente a independência do norte do Mali”.
Desde então, “a onda de violência” gerada por esta tomada de posição provocou “uma enorme crise humanitária, com mais de 200 mil pessoas forçadas a deixar as suas casas”, adianta o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, citado pela AIS.
O mesmo responsável sublinha que as populações temem sobretudo “uma ação militar a curto prazo”, que aumente ainda mais a “insegurança” naquela parte da nação africana.
“Muitos dos refugiados” fugiram para “países como o Níger, o Burkina Faso ou a Mauritânia” e instalaram-se “em campos improvisados”, acrescenta a nota da Fundação.
A organização especializada na defesa dos direitos dos refugiados alerta para a importância de zelar pelas crianças e adolescentes, já que muitos deles podem estar “a ser recrutados” para servirem os interesses dos diversos “grupos armados” ativos no território.
Desde a imposição da sharia no norte do Mali, a ação do MLA foi reforçada por grupos como os tuaregues Ansar Dine, “defensores do Islão”, o Aqmi, que integra elementos da “Al Qaeda do Magreb islâmico” e também “os islamitas Mujao”.
AIS/JCP