Mais presença religiosa no debate público

Esther Muznick defende que «as religiões fazem parte da sociedade e por isso devem exprimir-se no espaço público» A presença de todas as religiões no debate público foi sugerido, esta Quinta-feira, por Esther Muznick, vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, no encontro que juntou jornalistas, investigadores e pessoas sensíveis à questão mediática sob o tema «Entre a vertigem e o silêncio – porque (não) há espaço nos media para o religioso». A vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa lamentou à Agência ECCLESIA o facto de as religiões estarem arredadas do debate público, um facto que conflui para a “grande ignorância sobre as religiões”. “É importante que as pessoas conheçam as religiões, não apenas a sua história passada, que também não conhecem, mas as suas posições no debate público que atravessa a sociedade portuguesa”, explica, “não só sobre os assuntos fracturantes, mas sobre tudo”. A guerra, a paz, os problemas sociais como a pobreza, as doenças, “tudo o que atravessa o debate público e sobre os quais as pessoas, normalmente, só ouvem a voz dos políticos ou a dos líderes de opinião”. Esther Muznick pede um debate público onde as diferentes religiões e Igrejas estejam representadas. “Quando falo as diferentes, falo de todas. Não só da Católica, mas também do Islão, do Judaísmo, de todas as outras”, acrescentando não ser necessário serem os “representantes institucionais”. A vice-presidente esclarece ainda que este debate não deve ter como objectivo “valorizar a diferença, mas sim intervir no debate público, porque as religiões fazem parte da sociedade e por isso devem exprimir-se no espaço público”. Com o objectivo de colmatar a falta de conhecimento sobre as religiões, a Comissão de Liberdade Religiosa está em diálogo com o Ministério da Educação para integrar nos programas escolares uma disciplina sobre História Comparada das Religiões. Esther Muznick não se compromete com datas mas assume “a actual análise dos manuais e o diálogo com vista a propostas concretas para a introdução da disciplina na planificação escolar”. A vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa sublinha ainda que a educação e a presença no debate actual não se excluem.

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Agência ECCLESIA

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