Mais de 100 anos a servir a Igreja e a sociedade

Há quase 103 anos que o Semanário “A Guarda”, como jornal católico c regionalista serve, com dedicação, a Igreja e a sociedade. É, por isso, a hora de prestar homenagem a quem pensou este projecto e o pôs em andamento, mas também a quantos o viabilizaram ao longo de mais de um século e também àqueles que, com a sua dedicação, continuam a manter de pé este sonho. E nestes incluímos a gerência, a direcção e a redacção, mas também os muitos colaboradores que, com mais ou menos regularidade, nele escrevem, sem esquecer, como é óbvio, a família dos assinantes e outros leitores habituais que constituem a verdadeira razão de ser de qualquer jornal e também do nosso. Ao prestar homenagem ao nosso jornal, desejamos também lembrar que uma das suas funções é informar com verdade e com rigor sobre os acontecimentos; mas ele tem outra função que não é menos importante e consiste na responsabilidade de educar. Sempre se disse e continua a ser verdade que qualquer órgão de comunicação tem de saber informar, mas também ajudar a formar a opinião e, nessa linha, até já se vai tomando vulgar o título de “fazedor de opinião” a quantos neles intervêm com as suas opiniões. De facto, todos os meios de comunicação e também este tem de saber cada vez mais assumir a sua importante quota-parte no processo de educar para os grandes valores que estruturam a vida pessoal e social. Os factos dizem que essa é a sua grande responsabilidade, que eles partilham com a Escola, com a Família e outras instituições presentes na sociedade, a começar pela igreja. Este ano, para a Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que se celebra em 20 do corrente mês de Maio, o Papa Bento XVI fez um apelo a toda a Comunicação Social para que saiba assumir as suas responsabilidades educativas sobretudo perante as crianças. Propõe como tema de reflexão para este dia o seguinte: “As crianças e os Meios de Comunicação Social – um desafio para a educação”. E diz que neste título vão incluídas duas importantes responsabilidades. Uma delas é a formação das crianças; outra, não menos importante, porque condiciona a primeira, é a formação da Comunicação Social. Realmente é preciso formar as crianças de hoje no gosto pela procura da verdade e pela prática do bem; formá-las no entusiasmo por procurarem caminhos de verdadeira dignidade para si mesmas e para os outros, mesmo que ta1 implique algumas renúncias. Mas também é preciso ajudar os Meios de Comunicação Social a perceber que não se pode pretender conquistar audiências a qualquer preço e que o bem das pessoas e da sociedade pode exigir que se evitem noticias sensacionalistas e se tenha a coragem de propor caminhos dissonantes da cultura dominante. O Papa na sua mensagem não ignora a pressão psicológica que é exercida sobre os comunicadores e os dilemas éticos com que a suas consciência diariamente se confrontam, assim como a desenfreada concorrência comercial, geralmente um factor que empurra para níveis de qualidade ética e mesmo profissiona1 cada vez mais baixos. Ao celebrar mais um aniversário e em vésperas de viver mais uma jornada dos Meios de Comunicação Social, fazemos votos para que o nosso jornal “A Guarda” continue pelos caminhos do jornalismo de qualidade, assumindo corajosamente a responsabilidade de educar para os grandes valores que estruturam a vida pessoal e comunitária, no verdadeiro espírito católico informado pejo Evangelho de Cristo. D. Manuel Felício, Bispo da Diocese da Guarda

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