Maior fiscalização na realidade laboral

Pede a OCPM em relação ao recrutamento de portugueses para trabalharem como escravos em propriedades agrícolas de Espanha “Esta realidade é desconhecida pelas estruturas consulares porque a rede de contratação e os angariadores têm um grande grau de conhecimento com as pessoas contratadas” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Rui Pedro, Director da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) sobre o recrutamento de portugueses para trabalharem como escravos em propriedades agrícolas de Espanha. É um fenómeno “bastante invisível e clandestino” – denuncia o Pe. Rui Pedro. A figura do trabalho temporário – “sinal das grandes assimetrias e desigualdades que existem no acesso ao trabalho” – sofreu uma “grande multiplicação” nos últimos tempos e “negoceiam pessoas para depois as colocar no estrangeiro”. Apesar de existirem empresas “sérias e éticas” a trabalhar neste sector, existem outras que “ao abrigo e à sombra deste tipo de contratação são pouco transparentes” – salienta o director da OCPM. E lamenta: “já assistimos a casos de emigrantes que desapareceram”. Quando a OCPM se deslocou ao País Basco para falar com uma comunidade portuguesa de pescadores “averiguamos junto das estruturas consolares se se confirmavam as informações que nos chegavam de denúncias de trabalho escravo”. E sublinha: “estamos a falar de trabalho escravo no espaço europeu, um dos espaços que tem feito o maior progresso ao nível dos direitos e liberdades”. As condições que o emigrante negoceia com o contratador ou agência “não são as mesmas que irão encontrar” – revela o Pe. Rui Pedro. E finaliza: “é falta de informação porque é grande o desespero”. Perante estes factos, o director da OCPM pede “que se fiscalize a realidade laboral”.

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