Mafalda Lapa quer sonhar a escola com os alunos e construir o futuro da sociedade com todas as capacidades dos jovens – Emissão 30-04-2023

Nem sempre quis ser professora mas quando Mafalda Lapa se viu, pela primeira vez, numa sala de aula com alunos percebeu que a sua vocação, missão e o seu coração estavam no mesmo local. Estudou Biologia vegetal aplicada mas desistiu da investigação para entregar a resiliência com que cresceu aos estudantes do Agrupamento de Escolas da Cidadela, em Cascais. No gabinete GUIA, recebe estudantes à procura de melhorar as notas e investir no seu futuro, mas também ali conhece desabafos que precisam de silêncio, espaço para contar a sua história e para reconhecerem ter todas as capacidades para sonhar o futuro.

«Cultivamos pouco saber que é humano a pessoa sentir que não tem capacidade, sentir-se mal, estar triste – tudo isto faz parte, achar que a vida não vai mudar, ou que nos acontece uma desgraça e que isso se vai arrastar negativamente para o resto da nossa vida – é humano pensar isto. Cultivamos muito o sucesso, mas muito pouco a imperfeição. Na escola, cultivamos pouco o erro, nós castramos o erro».

«Digo aos alunos que estão sempre a tempo de mudar o seu percurso, a escolha que fizerem não vai ser para sempre, vai haver oportunidades. «Segue o teu instinto, mantém-te atento, olha o mundo, aprende novas competências, garante que todos os anos aprendes alguma coisa nova». E como escola temos esse dever – abrir o nosso espaço ao mundo, para que os alunos possam conhecer o que está lá fora e decidam o seu caminho».

«A escola hoje apresenta muitos problemas emocionais por resolver, muitos conflitos, é um lugar tenso, mas é também um lugar atento, como acho que nunca foi. A escola é das melhores instituições que temos, mesmo quando os alunos reprovam ou com situações de indisciplina, a escola não larga ninguém, não deixa ninguém para trás. No espaço escolar há muitas pessoas diferentes, muitas vezes fechados na mesma turma, e a escola está a ensinar a viver. Nós fazemos isto, por isso os professores devem ser bem tratados e reconhecidos».

«Um encontro de jovens de tantos países só pode trazer muitas coisas boas. Esta é a oportunidade de se reunirem muitos jovens: ouvir e depois passar à ação. Só o ouvir, no momento atual, é pouco. O mundo precisa de ação. Precisamos de tempo para ouvir e refletir, mas precisamos depois de ação. A ação dá trabalho, mas em grupo custa menos».

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Agência ECCLESIA

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