Voluntariado e empreendedorismo social também são marcas de uma família numerosa

Lisboa, 02 mai 2025 (Ecclesia) – Mafalda Frazão é mãe de cinco filhos e assume que esta é uma forma de “é ser mais vida, é dar vida, é aprender e crescer constantemente”, em entrevista à Agência ECCLESIA.
“Para mim ser mãe é aumentar e dilatar ainda mais o que é que a vida pode ser, o que é que a vida nos pode dar, o que é que podemos descobrir com a vida também. No fundo é ser mais vida, é dar vida, é aprender e crescer constantemente com os filhos também e é uma experiência, na verdade, de um crescimento diário”, disse Mafalda Frazão.
Numa entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2), a respeito do Dia da Mãe, que se assinala em Portugal no próximo domingo, Mafalda Frazão explica que o seu “projeto de família foi crescendo naturalmente, sem grandes programações, sem grandes estratégias definidas”.
“Na verdade, nasceu o primeiro filho, quando ele tinha um ano e pouco, uma vez estava a brincar com ele e estava a pensar, realmente precisas de um irmão ou de uma irmã, porque eu sempre percebi que isso para mim tinha sido um dos maiores tesouros na vida”, acrescenta.
Mafalda Frazão, a terceira de sete irmãos, refere que sempre viu nesta família numerosa “um dos maiores tesouros”, por isso, quis que o seu primeiro filho tivesse “essa oportunidade”.
“Acho que por ter tido sete irmãos, não é que sempre quisesse ter imensos filhos, mas que descomplicou muito a forma de viver. Ter muitos irmãos é quase como viver num microssistema em que conseguimos fazer várias experiências até pessoais, e quase sociológicas” assinalou, sobre “uma aprendizagem muito grande”, ao mesmo tempo é “uma companhia continua”.
O exemplo da sua mãe, que sempre deu aulas na Escola de Enfermagem, “trabalhou a vida inteira”, mas, às vezes, com os irmãos achavam que “não trabalhava, que ela conseguia estar sempre presente nos vários momentos importantes”, e tratava-os de “uma maneira muito única”, são “quase oito filhos únicos”.
Mafalda Frazão explicou também importância do voluntariado na sua vida, da qual fazem parte o marido e os filhos, aprendido pelos exemplos em casa, desde a infância quando ia “a alguns bairros” com a avó, que era médica de saúde pública, ou no colégio, aos 8 anos, quando a turma inteira uniu-se para dar apoio a uma família, cuja criança tinha sido identificada pela mãe.
Mais tarde, acrescentou, criou, “com amigos”, um grupo de voluntariado de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo, no Porto; formada em Design, “uma área distante da medicina e destas áreas mais sociais”, começou a trabalhar com a visão de que “também com criatividade” conseguem arranjar soluções para problemas, e, quando conheceu o futuro marido, Nuno Frazão, ele “já tinha criado uma ONG”, que os levou a outros continentes – África, Ásia, América – e países como Angola, a Índia, o Brasil, nomeadamente ao Complexo do Alemão, e à Amazónia.
“Quando casamos e quando comecei a ter filhos já não dava para viajar tanto, para estar nesses países de uma maneira tão regular, acabei por entrar por um mundo do empreendedorismo social, e a ensinar pessoas que querem desenvolver projetos e que querem atuar em problemas societais”, explicou a entrevistad,a que trabalha também na Católica Lisbon School of Business & Economics.
Mafalda Frazão é também a convidada do Programa ECCLESIA do Dia da Mãe, este domingo, na Antena 1 da rádio pública (06h00).
A Comissão Episcopal do Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa, escreveu a mensagem intitulada ‘Dia da Mãe – Elevar o coração’, onde convida a “parar para pensar” e assinala que esta celebração deve situar-se “no projeto do Ano Santo”.
PR/CB/OC
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