«Mãe Clara»: Milagre na primeira pessoa

O milagre atribuído à Mãe Clara, como é conhecida, ocorreu em Baiona (Espanha), numa “devota” que, em 1998, foi ao seu túmulo e pediu a cura de um pioderma gangrenoso (doença cutânea ulcerativa). A cura realizou-se a 12 de Novembro de 2003.

Conta D. Georgina e provado em documentos que, em 1969, lhe apareceu uma ferida no braço direito, depois diagnosticada, por especialistas de Vigo e de Madrid, como Pioderma gangrenoso. A úlcera foi alastrando por todo o braço, atingindo também o seio. Além de diversas pomadas aplicadas, procedeu-se a vários enxertos, sem resultado algum. Dado que a chaga também cobria parte do cotovelo, ficou sem flexibilidade e o braço imobilizado, preso ao peito. A ferida, de bordos violáceos, exalava odor desagradável e aparecia em carne viva, produzindo grande dor ao simples roçar ou leve toque. Às vezes, era tão intensa essa dor que a enferma pedia ao médico que lhe amputasse o braço, coisa que ele se negara sempre a fazer. Há sempre tempo para isso, dizia. Todos os dias de manhã, tomando um táxi, ia de Baiona a Vigo, para o curativo e, bastantes vezes, voltava à tarde para o repetir, dado que a dor e o cheiro eram insuportáveis. Anos e anos…

Realizou o primeiro enxerto em 1971, a que se foram seguindo outros. Fazia-lhe os curativos o próprio cirurgião, Dr. Ignacio do Carmo, que acompanhou todo o processo da doença. Porém, no dia 21 de Junho de 2002, não imaginava que lhe faria o último. No dia seguinte, foi internado num hospital, com diagnóstico de tumor cerebral.  Veio a falecer, no dia 07 de Julho seguinte.

D. Georgina sentiu grande angústia e enorme desamparo. Assustava-a procurar outro médico que, como é óbvio, lhe pediria novos exames. Só lembrar-se disso lhe provocava enorme sofrimento.

Filiada na Liga Pró-Canonização e cheia de fé na intercessão da Madre Maria Clara, cujo túmulo havia visitado em 1998, D. Georgina decidiu escolhê-la como sua médica e confiar-lhe o tratamento. Resolveu ser ela própria a fazer os curativos, aplicando as mesmas pomadas que utilizava o Dr. Ignacio. Enquanto procedia a essa acção, ia pedindo à sua protectora que a melhorasse, para melhor poder ajudar sua irmã Olga, naquela ocasião imobilizada, em consequência de uma intervenção cirúrgica de ortopedia. Como desde há anos costumava fazer, não deixava de meter uma estampa da Venerável Serva de Deus entre as ligaduras, certa do seu cuidado.

Pelo verão de 2003, mais uma vez se repetiram grandes flictenas sobre a ferida que, ao rebentarem, a deixavam em carne viva. Foram passando os meses de Agosto, Setembro e parte de Novembro, sem notar-se melhora alguma na chaga que continuava a cobrir a área do cotovelo.

O dia 11 de Novembro fora agitado e chegara à noite cansada e sofrida. Apesar da dor, de sentir e ver as ligaduras molhadas, não teve ânimo de tratar a ferida. No dia seguinte, a 12, pelas 10,00 horas, ao retirar as ligaduras, viu que a chaga estava completamente coberta de pele rósea, como de menino, e totalmente fechada. Chamou as suas irmãs e, mostrando o braço, exclamou: “Olhem, o braço está curado. Já não há que fazer o curativo”. Foi a Madre Clara!

Suas irmãs Olga e Teresa, bem como a empregada doméstica, foram as primeiras testemunhas. Os vizinhos e amigos reagiram com espanto. Espanto, também, foi a rápida flexibilidade do braço e todo o movimento retomado, perdido havia 34 anos. Desde aquele dia, continua bem. A úlcera repentinamente desaparecida não teve mais recidiva. E já lá vão mais de sete anos…

Os médicos não encontraram explicação. Embora, em alguns casos, o Pioderma gangrenoso possa ter cura, é sempre um processo muito lento.

A grande fé de D. Georgina fez o milagre acontecer.

CONFHIC

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Agência ECCLESIA

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