Madre Virgínia da Paixão recordada no Funchal

O 79.º aniversário da morte da Madre Virgínia da Paixão (natural da freguesia de Santo António, cujo processo diocesano de beatificação está em curso) foi celebrado, ontem, com uma Eucaristia na igreja do Colégio presidida pelo Bispo emérito do Funchal; a que se seguiu uma conferência sobre o seu “Perfil espiritual” por frei David Azevedo. Na homilia, D. Teodoro de Faria recordou aspectos da vida daquela Irmã realçando a dimensão da sua profunda vivência religiosa que se expressava numa “paz e serenidade”; e que levou a que o povo a ela recorresse frequentemente, pedindo-lhe e alcançando graças. Acentuou também a circunstância da Madre Virgínia da Paixão ter sido a grande dinamizadora da promoção do culto público ao Imaculado Coração de Maria que lhe fora confiada por Jesus. Mesmo vivendo no silêncio da casa de seus pais no sítio do Lombo dos Aguiares, contribuiu para que muito bem se fizesse nesta terra, através da sua constante oração, quer na sua residência, quer na igreja paroquial de Santo António, onde se dirigia a pé percorrendo larga distância. Os grandes sacrifícios que fazia e as atribulações por que passou devido à extinção das Ordens religiosas em 1910 foram ainda lembrados por D. Teodoro de Faria que, desde muito novo, com a sua família, conheceu uma devoção especial pela Madre Virgínia que o povo considerava como “a santa freirinha” e por várias situações. Por exemplo, a população de Santo António nunca esqueceu a sua intercessão durante um grande incêndio deflagrado nas serras de Santo António, que causou pânico, mas que viria a cessar, graças às constantes orações de Madre Virgínia. A sua vida é modelo para os cristãos no nosso tempo, sublinhou o Bispo emérito do Funchal. Diversos sacerdotes concelebraram com D. Teodoro de Faria, registando-se a participação de diversas entidades oficiais e muitos fiéis. Tesouro para a Igreja e a Humanidade A canonização de Madre Virgínia “será uma revelação para a Igreja e a humanidade”, salientou frei David Azevedo, na conferência proferida na igreja do Colégio. A santidade de Madre Virgínia da Paixão foi então apresentada com base em três etapas: “desde a sua adolescência e a juventude, até à entrada no Mosteiro” (das Mercês); passado pela “vida no Mosteiro até 1910”; até à sua residência “em casa dos pais, no Lombo dos Aguiares” (Santo António). O “maior fulgor místico da santidade de Madre Virgínia”, segundo o orador, radica no “amor apaixonado a Jesus; na centralidade da eucaristia; na comunhão dos sofrimentos de Cristo; na devoção ao Sagrado Coração de Jesus; na devoção ao Imaculado Coração de Maria; e na piedade para com as almas do Purgatório”. Estas etapas e traços da sua espiritualidade, entretanto, foram analisados por frei David Azevedo à luz do pensamento do Papa Bento XVI. Face aos problemas do mundo actual, como a “indiferença” pelos valores ou a “despersonalização” do homem, a mensagem de Madre Virgínia é cada vez mais pertinente.

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Agência ECCLESIA

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