Igreja/Educação: Superiora geral das Irmãs da Apresentação de Maria acredita que congresso internacional ajudou a mostrar vitalidade da Congregação
10 Julho, 2025 12:48
Religiosas partilham experiências sobre a iniciativa que assinala os 100 anos da chegada da congregação à Madeira
Irmã Maria dos Anjos Alves
Funchal, Madeira, 10 jul 2025 (Ecclesia) – A superiora geral das Irmãs de Apresentação de Maria mostrou-se confiante de que o congresso internacional que assinala os 100 anos de presença da congregação na Madeira, a decorrer no Funchal, vai mostrar que esta “está viva”.
“Estou convencida que ao regressar cada uma [irmã] ao seu próprio país, que vai levar uma certa energia positiva, que viveu aqui, que sentiu o pensar daqui, que a congregação está viva”, afirmou a irmã Maria dos Anjos Alves, em declarações à Agência ECCLESIA.
A responsável considera que, apesar de “grandes desafios pela frente”, o congresso global ‘Educação, Solidariedade e Evangelização: Da Europa para a Madeira, da Madeira para o Mundo’, que termina na sexta-feira, vai ter um “grande impacto” na congregação.
Para a irmã Maria dos Anjos Alves, estar a celebrar os 100 anos a chegada das Irmãs da Apresentação de Maria à Madeira naquele mesmo local “tem um significado muito grande”, uma vez que foi ali que a congregação nasceu e que aquele é o seu berço.
“Foi aqui que a Madre Rivier enviou a Madre Trindade das Companheiras. Como dizia a Madre Geral na época, a fundação portuguesa tem de ser feita com irmãs portuguesas, foi isso que aconteceu”, assinalou.
Apesar do cansaço de algumas irmãs na Madeira, a superiora geral das Irmãs de Apresentação de Maria refere que “há um certo vigor e uma certa esperança”.
“Na minha cabeça estou a pensar, talvez, depois disto, até escrever uma circular à congregação para suscitar qualquer coisa, o Espírito Santo vai falar”, revelou.
Falando no ambiente escolar de hoje, a entrevistada observa que este é totalmente diferente do de antigamente, mas defende que os educadores têm de estar “atentos” à realidade e aos contextos religiosos e políticos em cada situação.
“Nós vemos pela Madre Revier, que foi uma mulher empreendedora e que soube adaptar-se à realidade que ela vivia na França, sem medo, mas com prudência. A Madre Trindade, que chegou aqui à Madeira, também era uma mulher muito empreendedora, mas ela soube estar atenta às necessidades do meio, responder com dificuldade”, lembrou.
Foto: Agência ECCLESIA/PR, Irmã Conceição Malho
A presidente da Comissão Organizadora do congresso, irmã Conceição Malho, descreve que estes dias, que reúnem especialistas, investigadores de 23 países, entre 400 participantes, já permitiram abrir “caminhos”.
“Acredito que aquilo que nós recebemos aqui será um contributo para irmos para os nossos países, os sítios onde nós estamos, com esta certeza de que vamos ser semeadores de esperança e de que algo de novo irá acontecer em toda a congregação”, referiu a também diretora do Externato da Apresentação de Maria.
Sobre a realização do congresso internacional na Madeira, com início na segunda-feira, a irmã Conceição Malho explica que a intenção foi que este fosse “aberto, não só a nível da educação, mas nos três eixos da ação” da congregação: “Evangelização, educação e solidariedade”.
“Acabámos por delinear todo este programa e tentar trazer tanto historiadores como cientistas das diferentes áreas, de forma a refletirmos o nosso passado, analisar o presente e projetar o futuro. E por estes dias já estamos a ver que vamos descobrir novos caminhos nestes três eixos”, indicou.
Questionada sobre se a missão das Irmãs da Apresentação de Maria ganha na atualidade uma nova razão de ser, a religiosa relata que isso aconteceu ao longo dos últimos 100 anos.
“As gerações que estiveram antes de nós, tanto de irmãs como de colaboradores, das famílias que confiam também na nossa ação, sempre conseguiram analisar o tempo em que estavam a viver e projetar o futuro”, realçou.
A presidente da Comissão Organizadora do congresso exorta a ter coragem, apesar das dificuldades, porque “a congregação sempre foi assim”, frisando que “tudo aquilo que nasceu foi em contextos sempre adversos”.
Relativamente à humanização da escola, um dos propósitos de Anne-Marie Rivier, fundadora das Irmãs da Apresentação de Maria, a irmã Conceição Malho concorda que hoje adquire uma configuração muito específica.
“Parece que há um certo medo de ter a tecnologia nas escolas, nos sítios onde estamos”, identifica, sublinhando que o que é preciso “é saber utilizar”.
“Acho que a tecnologia é mais um instrumento de trabalho, não pode substituir de maneira nenhuma a relação humana. Nós temos que ter sempre a pessoa acima, mas a tecnologia poderá ser um meio de chegar a mais pessoas”, assinalou a religiosa.