Madeira: O contributo dos cristãos na construção da sociedade

D. António Carrilho presidiu à festa do padroeiro da diocese e da cidade

Funchal, 02 mai 2015 (Ecclesia) – O bispo do Funchal, na festa de São Tiago, recordou que o apóstolo insiste na “necessidade de não reduzir a fé a palavras ou mero sentimento” mas expressá-la em “obras” contribuindo para uma “nova cidade, sociedade”.

“A fé será certamente o maior contributo da Igreja e de todos os cristãos nesta construção. A fé não isola o cristão, não o separa da cidade. É na cidade que ele é chamado a testemunhar a esperança e a alegria do encontro com o Senhor que muda o coração e a vida de cada um”, explicou D. António Carrilho, na Eucaristia presidida na igreja de Santa Maria Maior.

Neste contexto, recordou que o documento Gaudium et spes (34), do Concílio Vaticano II, assinala a “obrigação ainda maior” de participação e disse que “ninguém” pode abandonar a cidade porque é ali, “no concreto da vida”, que se pode expressar a fé.

Na festa do padroeiro da diocese e da cidade do Funchal, o bispo diocesano observou que as pessoas foram criadas como “seres sociais” e “só no amor a Deus e ao próximo” encontram a sua realização e contribuem para a construção de uma “nova sociedade”.

“Qualquer sistema de organização e de governo da sociedade só poderá florescer se as pessoas se deixarem conduzir pela verdade e pela sabedoria, que assentam em princípios éticos fundamentais”, desenvolveu D. António Carrilho na intervenção enviada à Agência ECCLESIA.

Na celebração, depois da tradicional multissecular “Procissão do Voto” a São Tiago Menor, realizada esta sexta-feira, o prelado frisou que a fé deve expressar-se na “vida” sobretudo no “amor ao próximo, no compromisso da caridade”.

O bispo destacou que o apóstolo, na sua carta, apela a um cristianismo “muito concreto e prático”, à compreensão de que os verdadeiros valores da vida “não consistem nas riquezas transitórias” mas em compartilhar os próprios bens, espirituais e materiais, “com os mais necessitados”.

Desta forma, D. António Carrilho alertou que a fé “impele” o cristão a promover a justiça, a comprometer-se em ações e instituições de defesa dos direitos humanos nomeadamente “nos domínios da família e da vida, do trabalho e da economia, da educação e da saúde”.

“É que a condição cristã envolve uma vocação pública, a exercer como proposta de humanização da sociedade”, acrescentou.

Na homilia, o bispo do Funchal assinalou que é preciso fazer “memória e recordar a história” da tradição de quase 500 anos da solenidade de São Tiago Menor para que “não perca sentido” tornando-se mera formalidade e possa “continuar a transmitir-se” de pais para filhos com o conteúdo de “fé das origens”.

O prelado comentou ainda que esta sexta-feira a Igreja faz memória de São José Operário e recordou o mundo do trabalho e dos trabalhadores nas sua “potencialidades e problemas”

“Que haja cada vez melhores condições que respeitem a dignidade e os direitos humanos, nas diversas áreas da atividade dos homens e das mulheres”, desejou D. António Carrilho.

CB

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