Professor universitário faz balanço do congresso global das Irmãs da Apresentação de Maria, no Funchal, do qual fez parte enquanto presidente da comissão científica

Funchal, Madeira, 11 jul 2025 (Ecclesia) – O presidente da comissão científica do congresso global das Irmãs da Apresentação de Maria, no Funchal, Madeira, considerou, esta quinta-feira, que a internacionalização é um dos grandes segredos para o futuro das ordens e congregações religiosas.
“A internacionalização é um dos grandes segredos que permite explicar a sobrevivência das ordens e congregações e, atualmente, a sua pujança e a sua renovação que se observa atualmente em diferentes continentes”, afirmou José Eduardo Franco em declarações à Agência ECCLESIA.
O historiador falava no âmbito do Congresso “Educação, Solidariedade e Evangelização – Da Europa para a Madeira e da Madeira para o Mundo”, que celebrou os 100 anos da chegada à Madeira das Irmãs da Apresentação de Maria e que se encerra hoje.
O professor da Universidade Aberta explica que a dimensão internacional das ordens religiosas foi a via que, durante tempos de perseguição, de suspeita e de quebrantamento, lhes permitiu reorganizar, requalificar e continuar a subsistir.
“[As] ordens e congregações foram placas giratórias que permitiriam fazer circular pedagogos, cientistas, pastoralistas com métodos novos, com ideias novas, com dinâmicas novas que ajudaram a qualificar” a Ilha da Madeira e Portugal, assinala Eduardo Franco.
Num tempo em que se valoriza tanto a internacionalização, o professor universitário realça que as congregações religiosas fizeram-no na sua fundação, “há muitos séculos, muito antes do tempo”.

“Só uma estrutura multinacional como a de uma congregação religiosa podia trazer aqui à Madeira tanta gente de tantas partes do mundo. E isso para nós, para já expressa a diversidade da humanidade e a sua riqueza, e a diversidade e a riqueza da Igreja”, evidencia.
Para o entrevistado, esta iniciativa permitiu às Irmãs da Apresentação de Maria aperfeiçoarem-se “a partir da sabedoria, do saber de tantas pessoas que trabalham em diferentes partes do mundo e que vieram partilhar as suas experiências”, ajudando-as a enriquecer e a melhorar a forma de agir nos três eixos fundamentais da congregação (educação, solidariedade e evangelização).
Com início na segunda-feira, o congresso reuniu especialistas e investigadores de 23 países, entre 400 participantes, o que, segundo José Eduardo Franco, fez com que a experiência fosse muito rica.
“Foi realmente um congresso muito especial e muito global e que relevou vários aspetos interessantes. Ajudou-nos a tomar mais consciência, um melhor conhecimento daquilo que ao longo da história foi o papel das ordens e congregações e desta congregação em particular”, assinalou.
Segundo o historiador, os especialistas presentes no congresso ajudaram a projetar “novos caminhos”, “novos métodos” e “novas formas de atuar para aperfeiçoar o serviço” das Irmãs da Apresentação de Maria nos três eixos em que desenvolvem a sua ação.
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