Madeira: Igreja tem de deixar o «eclesiocentrismo»

Criar uma «escola de liderança» e promover o diálogo são projetos prioritários, defende Jacinto Jardim

Funchal, Madeira, 18 set 2014 (Ecclesia) – Jacinto Jardim defendeu hoje no Congresso Internacional sobre a Diocese do Funchal que a Igreja na Madeira tem de dar prioridade ao “diálogo”, a atitudes de serviço e ao “acompanhamento espiritual”.

“A Diocese do Funchal tem de distanciar-se de um ‘eclesiocentrismo’ e adotar de forma declarada uma atitude de serviço ao mundo”, afirmou o investigador do Instituto Piaget à Agência ECCLESIA.

Para Jacinto Jardim, as estruturas da Igreja Católica na Região devem abandonar uma visão “ad intra” para assumir projetos de “evangelização global”.

“O contexto atual e as novas gerações sugerem que é urgente transferir recursos e prioridades de atividades devocionais e sacramentais para o dever de acompanhamento espiritual”, afirmou.

Para o formador em Ciências da Educação e Empreendedorismo “a procura do transcendente, a busca de sentido para a vida” deve desafiar todos os católicos, nomeadamente os que exercem lideranças nas comunidades crentes.

Para atingir estes objetivos, Jacinto Jardim sugere que a Diocese do Funchal crie uma “escola de liderança para o desenvolvimento de competências pessoais dos cristãos”.

A “promoção de experiências de encontro e de comunhão”, onde as pessoas se encontrem “tal como são” com “abertura, segurança e confiança para dizerem o que pensam” é o meio sugerido para que possa surgir “o fundamental”: “a comunhão”.

O investigador universitário defende a existência de projetos que promovam a “promoção da convergência dos dinamismos e potencialidades”.

Jacinto Jardim acredita que as comemorações dos 500 anos da Diocese do Funchal vão deixar uma “influência positiva” na história da Região, onde é necessário inovar com clarividência, lucidez e coragem”.

O académico madeirense apresentou no Congresso “Diocese do Funchal, a Primeira Diocese Global – História, Cultura e Espiritualidades” o trabalho pastoral nas últimas quatro décadas, liderado por D. Francisco Santana entre 1974 e 1982, D. Teodoro de Faria, de 1982 até 2007, e por D. António Carrilho, desde esse ano até à atualidade.

Para Jacinto Jardim, a vitalidade da catequese, as iniciativas com a juventude e os projetos de acolhimento de quem precisa e de quem visita a Região marcam o trabalho ao longo dos últimos 40 anos.

A decorrer no auditório do Casino da Madeira até este sábado, o Congresso “Diocese do Funchal, a Primeira Diocese Global” encerra as celebrações dos 500 anos da criação da diocese.

No domingo, D. António Carrilho preside à “missa de ação de graças e de clausura do Congresso” na Sé do Funchal, cantada em latim por João Gil e Luís Represas.

PR

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Agência ECCLESIA

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