Populações mantém tradição do «varrer dos armários»
Lisboa, 14 jan 2024 (Ecclesia) – A festa litúrgica de Santo Amaro, que se assinala anualmente a 15 de janeiro, marca o fim do ciclo de celebrações natalícias em várias localidades da Madeira, incluindo as tradições ligadas ao “varrer dos armários”.
“O dia 15 de janeiro, para além de ser designado como Dia de Santo Amaro, é também conhecido como o ‘dia de varrer os armários’, tradição secular que encerra, de forma geral, no arquipélago da Madeira, os festejos de Natal, conservando o povo a árvore e o presépio até este dia, quando são dados por findos os festejos de Natal”, refere Luísa Gonçalves, da Diocese do Funchal, em texto publicado na Agência ECCLESIA.
Excecionalmente, em algumas freguesias da ilha, os festejos encerram mais tarde, perdurando até as festas religiosas de Santo Antão ou de São Sebastião, comemoradas nos dias 17 e 20 de janeiro.
“Tradicionalmente, é com a primeira Missa do Parto que começa o Natal madeirense e é com o “varrer dos armários” que este termina”, assinala a jornalista.
Antigamente, toda a família reunia-se neste dia para assistir ao desarmar do presépio. Deitavam-se fora as searas, retiravam-se as frutas, o Menino era guardado no oratório e os pastorinhos guardados nas caixas, até o ano seguinte”.
Na noite de 14 para 15 de janeiro, existe a tradição de as pessoas se juntarem para colocar um ponto final à quadra natalícia, de porta em porta, “cantando ao som dos instrumentos tradicionais, quadras alusivas” a Santo Amaro.
“Munidos de uma vassoura, para ‘varrer os armários’, batiam às portas e entravam, entoando cânticos e serviam-se de vinho, licores, doces, ou, mesmo, da fruta da lapinha, repetindo-se este ritual em todas as casas”, escreve Luís Gonçalves.
Santo Amaro, monge beneditino do século VI que foi companheiro de São Bento, é particularmente evocado na cidade de Santa Cruz.
As celebrações dedicadas a este santo acontecem ainda em várias localidades da ilha da Madeira.
OC