Madeira: Diocese do Funchal assinala 20 anos da visita de João Paulo II

D. António Carrilho recorda as sete horas de permanência do Papa polaco no arquipélago

Funchal, Madeira, 12 mai 2011 (Ecclesia) – A visita de João Paulo II à Madeira, a primeira e única de um Papa ao arquipélago, constitui uma “marca absolutamente inesquecível”, afirmou o bispo do Funchal à Agência ECCLESIA, a propósito dos 20 anos da viagem que se assinalam hoje.

Para D. António Carrilho, as “sete horas” de permanência do Papa polaco, a 12 de maio de 1991, “tocaram o coração de toda a gente”, pelo que a efeméride deve ser assinalada como “memória” e expressão de “gratidão”.

O prelado assinala que João Paulo II tinha um “coração grande e generoso”, preocupando-se sempre por “apontar caminhos de resolução dos grandes problemas humanos, não se importando de quem nem de onde”.

“Uma multidão imensa” acompanhava o papamóvel ao longo da estrada, e outra, “estimada em cerca de 30 mil pessoas”, esperava-o “serena e ansiosamente no estádio dos Barreiros”, recorda António Carrilho em mensagem datada de 29 de abril.

O documento, publicado antes da beatificação de João Paulo II, celebrada a 1 de maio no Vaticano, lembra “os milhares de pétalas que constantemente foram lançadas sobre o Vigário de Cristo, como só o bom povo madeirense sabe fazer”

A visita, que integrou o programa da segunda viagem do Papa a Portugal, realizou-se “numa manhã primaveril de domingo”, quando na cátedra da diocese se sentava D. Teodoro Faria, hoje bispo emérito do Funchal.

“O momento alto da presença do Papa foi presidir à solene concelebração eucarística no estádio dos Barreiros”, em cujo altar esteve a imagem de Nossa Senhora do Monte, padroeira da diocese do Funchal, que a 12 de junho inicia a comemoração dos seus 500 anos.

Na homilia da missa, João Paulo II referiu-se à “beleza apreciável” com que o “Criador” revestiu a Madeira, particularidade que a par dos “corações hospitaleiros dos residentes” contribui para oferecer aos visitantes o “dom do repouso e da saúde”.

“Em sinal de ‘memória e gratidão’ pela visita”, António Carrilho pede aos padres que a 12 de maio evoquem o “grande significado” da data durante as celebrações da recitação do Rosário e procissões de velas.

Neste dia da efeméride, que coincide com a véspera da primeira aparição da Virgem Maria na Cova da Iria, em 1917, o bispo do Funchal preside às celebrações na sé com a recitação do terço (19h30) e missa (20h00), seguida de procissão, refere o Jornal da Madeira.

Karol Wojtyla (João Paulo II) nasceu a 18 de maio de 1920 na cidade de Wadowice, foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978 e morreu a 2 de abril de 2005, tendo sido beatificado pelo seu sucessor, Bento XVI.

A beatificação é a liturgia que propõe uma pessoa como modelo de vida e intercessor junto de Deus e autoriza o seu culto público na Igreja Católica, normalmente em âmbito restrito (por exemplo numa diocese, país, ou congregação religiosa).

A diocese do Funchal, que chegou a ser a maior do mundo, foi criada a 12 de junho de 1514, compreendendo as ilhas do arquipélago da Madeira e todos os territórios descobertos ou a descobrir pelos portugueses, pelo que a sua jurisdição estendia-se à África, Brasil e Ásia.

“Da Igreja catedral do Funchal nasceram, nesses anos, numerosas Igrejas locais que continuaram, ao longo dos séculos, e continuam ainda a proclamar o Evangelho e a tornar Jesus Cristo presente no mundo”, lembrou João Paulo II na missa a que presidiu.

RM

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