Madeira: «Deus sempre esteve presente na vida dos madeirenses», afirma bispo do Funchal

D. Nuno Brás presidiu à Eucaristia do Dia da Região Autónoma da Madeira, na Sé do Funchal, sublinhando que a fé marcou e marca ritmos de viver na ilha

Funchal, Madeira, 01 jul 2024 (Ecclesia) – O bispo do Funchal presidiu hoje à missa na Sé, no dia da Região Autónoma da Madeira, assinalando que “Deus sempre esteve presente na vida dos madeirenses”.

“Não há nenhum momento em que Ele e o seu louvor (plasmado nas tantas festas que povoam a nossa Ilha) não tenham acompanhado e partilhado a vida de cada um e de todos, ao longo destes 600 anos. Pelo contrário: a fé sempre marcou e marca os ritmos do nosso viver”, afirmou na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

De acordo com D. Nuno Brás, “a fé, a disponibilidade para seguir o Senhor em cada instante, deu aos madeirenses do passado a força interior para resistir às intempéries, aluviões, sofrimentos, escravidões”.

“A fé (e o horizonte que apenas ela abre diante de cada um e de todos) foi o pano de fundo, o fio que conduziu e teceu o ser madeirense, certo do futuro que Deus lhe prepara”, referiu.

O bispo de Funchal invocou a história da descoberta da Ilha da Madeira, quando há 600 anos, Zarco e os seus chegaram e começaram a habitá-la, necessitando da “resiliência de um povo, capaz de não desistir perante as dificuldades da orografia, do clima, e do próprio viver em comum”.

“O futuro da nossa Região continua, certamente, a necessitar da generosidade dedicada e forte de uma boa parte do seu povo”, salientou.

D. Nuno Brás defende que os madeirenses necessitam das forças interiores que os permitem realizar o muito do que são capazes e da “capacidade de comunhão que faz de todos os madeirenses um povo que, unido, desafia e enfrenta as dificuldades”.

Necessitamos das forças que permitam não apenas acolher com simpatia aqueles que nos visitam como turistas, como também que nos ajudem a oferecer-lhes o testemunho de uma vida humana e cristã cheia de sentido. Necessitamos das forças que façam da nossa emigração mais que um recurso de quem não encontra na Ilha a solução dos seus problemas ou nela se sente prisioneiro, o fruto de quem quer partilhar com outros a vida que aqui vivemos em abundância”, realçou.

O bispo do Funchal destacou a crise da habitação, o rendimento do trabalho que permite uma vida digna e o problema do consumo de drogas como os muitos problemas que assolam a Região Autónoma da Madeira e para os quais o bispo refere que são também necessárias forças.

“Celebramos hoje o modo de ser madeirense. Não nos basta, no entanto, olhar para trás, para a tradição, cheios de orgulho do que fomos, e repetir gestos que hoje pouco significam. Importa, sobretudo, olhar o presente e o futuro, animados pela fé, ancorados na esperança, disponíveis para a caridade, colocando o bem comum antes e acima de tudo. E, em tudo, Deus. Assim Ele nos encontre disponíveis para as maravilhas que Ele sempre quer realizar em nós e em todos, na nossa Região”, concluiu.

A eucaristia, animada pelo Coro de Câmara e elementos da Orquestra Clássica da Madeira, contou com a presença dos representantes das mais altas figuras regionais, informa o Jornal da Madeira.

LJ/OC

Notícia atualizada às 10h44 de 02 de julho

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