Arquivista e bibliotecário da Santa Sé presidiu à Missa de Natal na Catedral do Funchal
Funchal, Madeira, 27 dez 2018 (Ecclesia) – O arcebispo José Tolentino Mendonça foi eleito como “personalidade do ano” da Madeira na área da Cultura pelo jornal regional ‘JM’, numa votação levada a cabo por jornalistas e colaboradores.
O arquivista e bibliotecário da Santa Sé, que iniciou funções a 1 de setembro, agradece o reconhecimento, num texto publicado hoje no jornal, destacando o “trabalho coletivo” por trás de cada pessoa.
“Antes de tudo, sou eu que estou grato a todos os que me ensinam e estimulam a ser”, escreve.
O arcebispo escolhido pelo Papa Francisco para liderar o Arquivo Secreto e a Biblioteca Apostólica do Vaticano quis também recordar que na Madeira “há uma vitalidade cultural que não se esgota neste ou naquele nome”, dando como exemplo a figura da escritora Ana Teresa Pereira ou o “maravilhoso projeto musical” Mutrama, que revisita a música tradicional da Madeira.
D. José Tolentino Mendonça presidiu esta terça-feira à Missa de Natal, na Catedral do Funchal, tendo desafiado os participantes a “lutar por uma antropologia onde a inteireza da pessoa humana seja defendida e contemplada”
O responsável falou numa “mudança antropológica”, com predomínio da técnica e do “pessimismo”, na qual as pessoas se sentem mais apaixonadas pelo “plano do virtual e não o plano do histórico, o plano do real”.
“O ser humano não é apenas cérebro, mas é a totalidade: é vida, é mãos, é rosto, é pés, é o abraço, é a existência da sua completude, é a carne, mesmo na sua vulnerabilidade, mesmo na sua doença, mesmo na sua extrema dificuldade, porque é na carne que brilha a glória de Deus”, referiu, numa intervenção divulgada pelo publicação online ‘Jornal da Madeira’, da diocese.
O arquivista e bibliotecário da Santa Sé recordou a passagem do prologo do Evangelho segundo São João, na qual se pode ler que ‘o Verbo se fez carne e habitou entre nós’.
Deus tomou e toma a nossa história, a nossa condição humana, aquilo que nós somos como carne, como mistura de sangue, de sonho, de desejo, de paixão, de coisas que conseguimos e que não conseguimos, de feridas, de traumas, de projeções”.
Na sua primeira visita à ilha depois da ordenação episcopal, a 28 de julho, D. José Tolentino Mendonça passou pela Catedral onde foi ordenado sacerdote em 1990, agradecendo o acolhimento do bispo do Funchal, D. António Carrilho.
OC