Dia da região lembrou homens “notáveis” e emigrantes que não esquecem as raízes e tradições cristãs
Funchal, Madeira, 04 jul 2015 (Ecclesia) – O bispo do Funchal pediu a congregação de esforços e vontades para a concretização de “políticas de desenvolvimento integral” e “participação solidária” de todos os cidadãos e instituições.
“É uma ação a realizar, em diálogo e convergência, entre as instituições públicas e privadas, de acordo com o princípio geral da autonomia e cooperação, da subsidiariedade que entre elas deve existir”, afirmou D. António Carrilho na celebração do dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, a 1 de julho.
Na homilia a que a Agência ECCLESIA teve hoje acesso, o bispo do Funchal afirmou ser uma questão de “cidadania” que a todos obriga, “em particular, aos cristãos”, obrigados “em consciência e por exigência da própria fé”, a ser “cidadãos edificadores de um mundo novo”, conhecendo “deveres, direitos e responsabilidades sociais” para o “desenvolvimento de uma sociedade ao serviço do homem integral”.
A celebração do dia da região é momento para “fazer memória de homens e mulheres notáveis na santidade, na vida social, no campo da educação, na literatura, nas artes e na ciência, que muito contribuíram para enriquecer o nosso património insular, tantos que se têm distinguido entre nós e já lembrados em diversas ocasiões”.
O prelado quis também recordar a memória de um povo “crente, aventureiro, determinado e trabalhador, que venceu dificuldades e abriu novos horizontes de solidariedade e desenvolvimento humano, à procura de melhores condições de vida para as famílias, sem esquecer as suas raízes e o amor pela Ilha que os viu nascer”.
“Este é um dia que coloca diante de nós o presente, sem ilusões e sem medos, com as suas dúvidas e as suas esperanças, um presente que nos interpela a uma vontade forte de construir um futuro cada vez mais digno de homens e mulheres livres, que somos chamados a ser”.
O bispo do Funchal trouxe à celebração o exemplo dos emigrantes que “dão precioso testemunho da sua fé cristã e assumindo, sem vergonha e até com entusiasmo, as tradições religiosas que receberam desde o berço”.
“Com alegria verificamos que o fator religioso continua a ser um elo forte familiar e de união às Ilhas de origem”.
D. António Carrilho referiu-se ainda à encíclica «Laudato Si», escrita pelo Papa Francisco, considerando o documento “notável e corajoso”, um “verdadeiro alerta para as grandes questões ecológicas” do tempo atual e para a responsabilidade de todos na sua resolução.
O prelado saudou a articulação feita entre “fé e ciência, os dados científicos com a teologia e a ética fundamental”, também a superação de “barreiras ideológicas, políticas e sociais, apontando para o verdadeiro sentido do bem comum” e afirmando um “novo conceito de «ecologia integral», ambiental e humana, com prioridade à pessoa humana na sua totalidade.
“Uma encíclica corajosa, que alerta e interpela as grandes potências mundiais para salvar o planeta e os países ricos para ajudarem os países pobres no seu desenvolvimento”, enuncia D. António Carrilho.
O bispo do Funchal pediu aos diocesanos para aprofundarem a “bela encíclica” que “oferece caminhos de esperança, de paz, de amor e de beleza, em ordem a uma verdadeira mudança de mentalidade e de costumes”.
LS