Madeira: Bispo do Funchal lembra beato Carlos da Áustria, «incansável lutador da paz»

O mundo que precisa de cristãos «que assumam, decididamente, a armadura de Deus», afirmou D. Nuno Brás, na Missa por ocasião da memória litúrgica do beato, na Igreja de Nossa Senhora do Monte 

Lisboa, 22 out 2024 (Ecclesia) – O bispo do Funchal comparou esta segunda-feira o momento que o mundo atravessa ao que o beato Carlos da Áustria viveu, apelando à paz, na Missa que celebrada na Igreja de Nossa Senhora do Monte, naquela cidade da Madeira.

“Vivemos hoje tempos muito semelhantes. Seja na Ucrânia, seja na Terra Santa, seja em Moçambique e em tantos outros territórios espalhados um pouco por todo o mundo. O mundo contemporâneo necessita de paz. O homem contemporâneo necessita de paz. Os pobres necessitam de paz”, afirmou D. Nuno Brás, na homilia da Missa em honra do beato Carlos.

Segundo o bispo diocesano, é necessário ter “a coragem da paz, porque apenas ela faz surgir a esperança e torna possível o diálogo e a reconciliação entre inimigos”.

D. Nuno Brás defendeu que “é uma ilusão pensar que uma escalada nos conflitos possa resolver qualquer questão” e é uma ilusão confiar mundo inteiro “à lei da vingança”.

“Necessitamos hoje de cristãos que assumam, decididamente, a armadura de Deus, de modo a poderem resistir no dia mau, e a perseverar firmes, superando todas as provas, como nos convidava S. Paulo. O Beato Carlos, incansável lutador da paz, nos obtenha essa graça”, referiu.

D. Nuno Brás evocou a 1º guerra mundial e a “coragem de lutar” do beato Carlos da Áustria em lutar contra todos os inimigos

Foto: Duarte Gomes/Jornal da Madeira

“Todos pensavam ser possível a vitória esmagando e humilhando completamente o adversário. Uma vez mais, olhando à distância para todas aquelas tentativas fracassadas de construir a paz, e para o modo como os protagonistas internacionais, de um e outro lado, agiram e recusaram acolhê-las, não nos resta grandes dúvidas sobre o verdadeiro protagonista e instigador desse fracasso”, frisou.

Na homilia, no dia em que a Igreja assinalou a memória litúrgica do beato Carlos da Áustria, o bispo do Funchal falou no desejo de “que os homens deixem de fazer a guerra, deixem de provocar a morte e a destruição”.

“Mas sabemos que esse dia, se não for acompanhado da conversão espiritual, será apenas um interregno, o prelúdio de outras guerras e destruições”, salientou.

Para o bispo diocesano, “bem mais profunda e causadora de maiores estragos” é a “submissão” de todos “ao mal, ao espírito do mal – sim: àquele que não se contenta em destruir o corpo, mas procura igualmente – e sobretudo – destruir aquela realidade que nos permite aproximar de Deus: a alma”.

Carlos I da Áustria foi beatificado pela Igreja católica em 2004, quando o papa São João Paulo II declarou as suas virtudes heroicas ao reconhecer os seus esforços pela paz durante a I Guerra Mundial.

LJ/PR

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