Madeira: Bispo do Funchal elogia 500 anos de uma diocese global e evangelizadora

D. António Carrilho mostra-se satisfeito com celebrações do aniversário e projeta futuro

Funchal, Madeira, 12 set 2013 (Ecclesia) – O bispo do Funchal, D. António Carrilho, elogiou as manifestações religiosas, sociais e culturais que a diocese tem promovido para celebrar os 500 anos da sua edificação e considerou-as fundamentais para o futuro.

“Eu tenho de saber de onde venho, o que tenho e para onde devo partir mas não posso parar diante de um passado ou de um presente”, refere o prelado, em entrevista publicada na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicada à Igreja Católica na Madeira.

D. António Carrilho, que está na diocese desde 2007, diz que numa história de mais de 500 anos a “continuidade e a criatividade pastoral são fundamentais”:

A Diocese do Funchal foi criada com a Bula ‘Pro Excelenti Praeminentia’ assinada pelo Papa Leão X, a 12 de junho de 1514.

Para assinalar o aniversário vai realizar-se o congresso internacional ‘Diocese do Funchal, a Primeira Diocese Global – História, Cultura e Espiritualidades”, de 17 a 20 deste mês.

“Nós queremos com simplicidade assumir as nossas realidades, aquilo que é o nosso passado, interpretá-lo no seu contexto, porque é extremamente importante que não se faça com os olhos do presente e tentar ver através disso os dinamismos presentes na identidade da nossa gente, como também nas exigências daquilo que o futuro apresenta”, desenvolve D. António Carrilho.

Para o prelado o percurso dos últimos três anos tem sido “importante para a Igreja” verificar como “a sementeira de valores humanos, dos valores da solidariedade e da fraternidade e outros valores evangélicos” foram “moldando” o perfil dos madeirenses.

O bispo do Funchal revela que tem havido uma “apreciação bastante positiva nos diversos âmbitos e setores” das celebrações que realizaram até agora e destaca três celebrações religiosas “marcantes: “O Pentecostes; o dia 12 de junho, dia da assinatura da bula da diocese, e o dia 15, a grande assembleia jubilar”.

D. António Carrilho destaca ainda “a preocupação de ser presença social e cultural” com três concertos de “muita qualidade e muita mensagem”, a publicação de um livro sobre a diocese ou uma edição filatélica com seis selos “que assinalam esta data em aspetos importantes porque as imagens são integradas nestes 500 anos” como a Bula ou a visita do Papa João Paulo II.

O bispo elogia ainda a exposição de arte sacra onde a história é descrita “em 56 peças selecionadas com muito cuidado”, para que “fossem significativas do desenvolvimento da fé” na ilha.

Em pleno século XXI, D. António Carrilho comenta que ser bispo é ser “pastor atento, que acompanha” a sua comunidade, que conhece as suas necessidades e “não prescinde de anunciar os valores que brotam do Evangelho de Jesus”.

“As responsabilidades são participadas e partilhadas, evidentemente que o bispo não poderá fazer tudo nem a Igreja se deve confundir com o bispo”, realça.

Nesse sentido, o prelado destaca que com os padres, religiosos, colaboradores e fiéis querem debater o que podem “pensar juntos” e “delinear as respostas que têm de ser dadas”.

“Quero contar com as pessoas e digo às pessoas que contem comigo e esta ideia de corpo e comunhão é fundamental como motor de qualquer ação pastoral. A autonomia e a cooperação são fundamentais e depois, a corresponsabilidade e participação”, explica D. António Carrilho.

A entrevista resulta de uma colaboração entre o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL) e a ECCLESIA.

CLEPUL/CB/OC

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