Madeira: Bispo do Funchal destina renúncia quaresmal ao Fundo Social Diocesano e Sudão do Sul

D. António Carrilho incentiva a uma Quaresma «à escuta da Palavra, ao encontro dos irmãos»

Funchal, Madeira, 02 mar 2017 (Ecclesia) – O bispo do Funchal anunciou que a renúncia da Quaresma 2017 vai ter como destinos o Fundo Social Diocesano e para o Sudão do Sul, como resposta solidária a “situações de carência”.

D. António Carrilho falava aos fiéis reunidos na Missa de Quarta-feira de Cinzas, na Sé do Funchal, apresentando o objetivo de “ajudar as famílias mais carenciadas, designadamente algumas famílias de emigrantes”, e para a população do Sudão do Sul, que vive um conflito fratricida e uma grave crise alimentar.

As ofertas da renúncia quaresmal vão recolhidas em todas as igrejas e capelas nos ofertórios das Missas de sábado e Domingo de Ramos, dias 8 e 9 de abril.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo do Funchal observou que “como sempre” a participação é “muito livre”, segundo as possibilidades e a consciência pessoal dos fiéis, “na certeza de que Deus não deixará sem recompensa qualquer gesto de atenção e partilha fraterna”.

A Igreja Católica começou a caminhada quaresmal, “tempo especial de graça, de conversão pessoal e comunitária” com a celebração litúrgica de Quarta-feira de Cinzas.

D. António Carrilho explicou que as cinzas são sinal de penitência, “convite ao arrependimento e à conversão” e lembram a fragilidade e finitude humanas “a caminho da eternidade de Deus”.

A partir do texto do Evangelho de São Mateus, o bispo explicou que o “verdadeiro espírito da penitência”, o dinamismo da autêntica conversão, “não consiste num conjunto de práticas exteriores de aparente religiosidade”.

Esmola, oração e jejum, acrescentou, “devem ser realizados sem ostentação”, com alegria e humildade, no segredo que só o Pai conhece.

Segundo D. António Carrilho, é-se feliz na medida em que se partilha “a vida e os dons que Deus concede” e face aos problemas humanos e sociais, “que hoje preocupam a Igreja e a sociedade”, todos são chamados a estar atentos uns aos outros.

“Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade e a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão”, acrescentou.

Recordando a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2017, intitulada ‘A Palavra é um dom. O outro é um dom’, sublinhou a “necessidade e urgência” de se prestar “atenção e ajuda aos irmãos”.

“É assim um convite à escuta da Palavra e ao encontro dos irmãos” e alerta para uma atenção maior e sempre vigilante “ao grito dos mais pobres e dos marginalizados” como o pobre Lazaro à espera de ajuda, de acolhimento, compreensão e amor.

A Quaresma é um período de 40 dias, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Neste contexto, surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo diocesano.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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