Madeira: Bispo do Funchal assinala festa do apóstolo São Matias e evoca Leão XIV, «por cuja boca e por cujas ações hoje Pedro fala a toda a Igreja»

D. Nuno Brás presidiu a Missa de Ação de Graças pela eleição do novo Papa

Foto: Lusa/EPA

Funchal, Madeira, 14 mai 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal lembrou, esta manhã, na Sé da cidade, o apóstolo São Matias, cuja festa se celebra hoje, e Leão XIV, na Missa de Ação de Graças pela eleição do novo Papa.

“Também hoje, nos nossos dias, Pedro fala pela boca de Leão. Professemos também nós a fé da Igreja, a fé dos apóstolos, fazendo-a nossa, em união com o novo Papa, por cuja boca e por cujas ações hoje Pedro fala a toda a Igreja e ao mundo inteiro”, afirmou D. Nuno Brás, na homilia da Eucaristia enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo diocesano falava no Concílio de Calcedónia, em 451, em que perante a difícil afirmação da divindade e humanidade de Jesus, recebeu uma carta do Papa S. Leão Magno, que depois de lida publicamente ao Concílio, foi aclamada da seguinte forma: “Esta é a fé dos Apóstolos. Todos assim acreditamos. Pedro falou pela boca de Leão”.

Na Solenidade de São Matias, D. Nuno Brás começou por dizer que da vida do apóstolo, antes de integrar o Colégio dos Apóstolos, nada se sabe e muito pouco se conhece “da sua missão e até do seu martírio – apenas tradições díspares, impossíveis de confirmar”.

No entanto, indica, conhece-se “com algum detalhe o momento da sua eleição para membro do grupo dos Apóstolos”.

“Todos os evangelhos são concordes em afirmar que Jesus começou a sua vida pública por chamar Doze homens (cf. Mc 3,14-15 e par.), para estarem junto de si e para os enviar com autoridade”, refere D. Nuno Brás, que acrescenta que “Matias não fazia parte do grupo”, “não tinha sido escolhido por Jesus”.

“Mas fazia parte daquele outro grupo mais alargado de discípulos que tinham acompanhado o Senhor ‘desde o batismo de João até ao dia em que, do meio de nós, foi elevado aos Céus’“, salienta, sublinhando que era “discípulo da primeira hora e encontrara-se também ele com o Ressuscitado, tendo por isso sido “chamado para integrar o Colégio dos Apóstolos”.

O bispo do Funchal recorda que se tratou de “uma eleição: primeiro com o discernimento dos Onze (que individuaram dois nomes: Barsabás e Matias) e, depois, com a invocação e escolha do Espírito Santo, através do sorteio”.

“Não bastavam critérios humanos nem os critérios da prudência e do discernimento crente: era necessário mais, porque a tarefa se afigurava como ‘mais que humana’, mesmo divina”, destacou.

O bispo diocesano realçou que desta realidade da vocação falou já o Papa Leão XIV na primeira homilia, na Missa que assinalou o final do Conclave, a 09 de maio, na qual disse aos cardeais que Deus, chamando-o através do voto dos presentes a suceder ao Primeiro dos Apóstolos, confiou-lhe o tesouro para que, com a sua ajuda, seja seu fiel administrador”.

“Como depreendemos claramente, o tesouro a que o Santo Padre se referia não consiste em bens materiais, mas na própria fé”, ressaltou.

O cardeal Robert Francis Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos, foi eleito como Papa no dia 08 de maio, após dois dias de Conclave, assumindo o nome de Leão XIV.

O primeiro pontífice norte-americano, de 69 anos de idade, foi missionário e bispo no Peru, tendo ainda sido superior geral da Ordem de Santo Agostinho.

A Missa para a “solene inauguração” do pontificado do Papa vai decorrer a 18 de maio, pelas 10h00 (menos uma em Lisboa), na Praça de São Pedro.

LJ/OC

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