Papa Leão XIV uniu-se «à oração da inteira comunidade» da Madeira, através de uma mensagem lida na Missa Exequial

Funchal, Madeira, 26 ago 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, presidiu hoje à Missa Exequial de D. Teodoro de Faria, agradecendo pelo serviço episcopal e sacerdotal do bispo emérito daquela diocese, que morreu no sábado.
“Queremos por isso, e acima de tudo, agradecer ao Pai o ministério sacerdotal e episcopal do Senhor D. Teodoro, portador da graça da salvação, das insondáveis riquezas de Cristo, que ele quis sempre anunciar”, afirmou D. Nuno Brás, na homilia, na Sé do Funchal.
O bispo diocesano lembrou o lema episcopal de D. Teodoro de Faria – “A mim, foi concedida esta graça de anunciar como boa nova aos gentios a insondável riqueza de Cristo” – que, segundo D. Nuno Brás, foi vivido não apenas na Ilha da Madeira, “como também um pouco por todo o mundo, ao serviço das comunidades portuguesas na diáspora”.
Lembrando que “a celebração das exéquias de um cristão é sempre, antes de mais e acima de tudo, uma proclamação do mistério pascal de Cristo”, isto é, a “Sua vitória sobre a morte”, o bispo diocesano assinalou que hoje celebra-se “a Páscoa de um bispo que foi pastor” da “Igreja funchalense”.
“Celebramo-la à volta dos seus restos mortais, mas é a Páscoa de Cristo que celebramos – Cristo que nele vivia desde o momento do seu batismo e que o constituiu pastor do seu povo”, destacou.
D. Nuno Brás realçou que “cada bispo – como qualquer outro ser humano – tem, obviamente, qualidades e defeitos”, que só devem ser julgadas pelo “Senhor da História, juiz misericordioso, Pai de bondade”, no entanto deu graças a Deus pelo facto de, “no Senhor D. Teodoro”, ter dado “um Pastor”.
“Que o mesmo é dizer: um sinal sacramental da Sua presença, de modo que à nossa Igreja Diocesana não faltassem os dons da graça necessários para que todos caminhemos para o Céu”, enfatizou.
O bispo do Funchal acredita que cada um dos presentes “tem, certamente, algo que, tendo origem em Deus, foi recebido por meio do Senhor D. Teodoro: desde a amizade à sabedoria; desde o batismo ao sacramento da Ordem; e tantos outros dons”, salientando que aos seres humanos convém ser agradecidos.
“Sim: somos devedores ao Senhor D. Teodoro de tantos e tantos dons. E o modo melhor de agradecer é permanecermos unidos na oração, à volta do altar”, observou.
“Também nós, junto do altar do Senhor, pedimos ao Pai misericordioso que perdoe ao Senhor D. Teodoro as faltas que, por fragilidade, tiver cometido. E pedimos, também, que o acolha no seu Reino. Mas, ao mesmo tempo, agradecemos todos aqueles momentos em que este nosso bispo foi, para cada um, sinal tangível da presença de Deus”, concluiu.
A Missa Exequial contou com a presença de autoridades civis, militares e académicas, entre elas o representante da República para a Região Autónoma da Madeira, a vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, o presidente do Governo Regional e membros do executivo, o presidente da Assembleia Municipal do Funchal, o vice-presidente da Câmara Municipal do Funchal e membros do executivo camarário, entre outros.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, o patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, o bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, o bispo auxiliar de Braga D. Nélio Pita e o bispo emérito do Funchal D. António Carrilho concelebraram a Eucaristia.
Após a celebração da Missa das Exéquias, o corpo de D. Teodoro de Faria vai ser sepultado no jazigo da diocese, no cemitério de São Martinho, na Madeira.
D. Teodoro de Faria faleceu no sábado, a um dia de completar 95 anos, na Madeira, onde foi bispo durante 26 anos, entre 1982 e 2007, após ter estudado a Universidade Gregoriana, em Roma, no Pontifício Instituto Bíblico e na École Biblique et Archeologique de Jerusalém, e ter sido reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, entre 1976 e 1982.
LJ/PR