Madagáscar: Festa jovem reuniu milhares em volta do Papa (c/fotos)

Francisco deixa alerta para propostas ilusórias de felicidade

Antananarivo, 07 set 2019 (Ecclesia) – O Papa encerrou hoje o seu segundo dia de visita a Madagáscar junto de cerca de 100 mil jovens, que participaram numa vigília de celebração, na qual alertou para ilusões de felicidade e falsos “caminhos fáceis” para a vida.

“Estas ilusões que nos seduzem, quando somos jovens, com promessas que nos anestesiam, tiram-nos a vitalidade, a alegria, tornam-nos dependentes e fecham-nos num círculo aparentemente sem saída e cheio de amargura”, declarou, no Campo Diocesano de Soamandrakizay, espaço de 30 hectares que no domingo (08h00 em Lisboa) recebe a Missa presidida por Francisco.

Francisco percorreu o local em papamóvel, num clima de festa, para depois acompanhar momentos de dança, música e testemunhos de dois jovens, Rova Sitraka e Vavy Elyssa, sobre o seu compromisso social e religioso.

“Obrigado pelos cânticos e as danças tradicionais que realizastes com tanto entusiasmo: não se enganava quem me disse que tendes uma alegria e um entusiasmo extraordinários”, começou por dizer aos presentes, numa intervenção em italiano que foi depois traduzida para o malgaxe.

Num país em que mais de 60% da população é constituída por jovens, Francisco destacou a importância de uma fé que coloca as pessoas “a caminho e em movimento”, ao encontro dos outros, sem medo de “sujar as mãos”.

O Papa recordou todos os que sentem o seu futuro comprometido por falta de trabalho, “pela precariedade e as injustiças sociais”.

“Com Jesus, há sempre novos horizontes. Ele quer transformar-nos a todos e fazer da nossa vida uma missão. Mas pede-nos uma coisa: pede-nos que não tenhamos medo de sujar as mãos”, observou.

Rova, um dos jovens que falou ao Papa, foi elogiado pelo seu empenho na visita a presos, procurando conhecer “as histórias que se escondem por trás de cada rosto”.

“Somos convidados a descobrir o rosto de Jesus no rosto dos outros. Celebrando a fé em família, criando laços de fraternidade, participando na vida dum grupo ou dum movimento e encorajando-nos a traçar um caminho comum vivido na solidariedade”, acrescentou.

Francisco falou ainda do testemunho de Vavy, cujos pais pertencem a duas tribos diferentes e conseguiram superar “todas as provações e diferenças”.

“Isto é o que queremos para Madagáscar, para cada um de vós e vossos amigos: que a luz da esperança não se apague”, concluiu, rezando à Virgem Maria pelo país.

No final da vigília, após a dança conclusiva e a recitação da oração do Pai-Nosso, o Papa abençoou os presentes, com vários jovens a rodeá-lo, e dirigiu-se para a Nunciatura Apostólica, onde se encontra alojado até terça-feira.

Este Francisco vai visitar ‘Akamasoa’, a Cidade da Amizade que nasceu em 1989 pela mão do padre vicentino Pedro Opeka, seu antigo aluno na Argentina, uma iniciativa que permitiu tirar milhares de pessoas de uma lixeira a céu aberto, dando-lhes emprego numa pedreira de granito; a agenda prevê uma oração para os trabalhadores, no Estaleiro de Mahatzana, antes do encontro com os sacerdotes, religiosos, religiosas, consagrados e seminaristas no Colégio Saint Michel.

A quarta viagem do Papa a África, que começou na tarde de quarta-feira, em Maputo, passa ainda pela Maurícia, esta segunda-feira.

OC

Fotos: News.va

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Agência ECCLESIA

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