Macau vai aderir ao dia de oração pela Igreja na China

A Diocese de Macau vai aderir ao dia de oração pela Igreja na China que Bento XVI convocou para 24 de Maio, disse à agência Lusa o bispo local, D. José Lai. Regressado do Vaticano, onde participou numa reunião para analisar as relações entre a Santa Sé e Pequim, D. José Lai disse que vai preparar um programa de oração que “abrangendo todos e especialmente dedicado à Igreja chinesa”. “O dia 24 de Maio é o dia de Nossa Senhora e o Papa definiu este dia como de oração especial pela igreja da China e por isso vamos participar, vamos organizar um programa que, como sempre, é dedicado a todos e, em especial, à igreja chinesa”, explicou. D. José Lai reafirmou também que a igreja de Macau “tens as portas abertas” para ser o palco do diálogo bilateral mas disse que a realização de conversas em Macau “é uma decisão que terá de ser tomadas pelas autoridades de Pequim e do Vaticano”. O Vaticano renovou na semana passada a sua vontade de manter “um diálogo respeitoso e construtivo” com as autoridades civis da China. Esta é uma das principais conclusões da reunião da Comissão instituída por Bento XVI para estudar as questões de “maior importância” relativas à vida da Igreja no gigante asiático, que decorreu de 10 a 12 de Março. Em comunicado divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé é revelado que a reunião teve como tema a carta que o Papa dirigiu aos católicos chineses, com data de 27 de Maio de 2007. Na carta, Bento XVI criticou as políticas restritivas da China, que “sufocam” a Igreja e dividem os fiéis entre o ateísmo oficial e um catolicismo “clandestino”. Embora o Partido Comunista Chinês se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica “clandestina”, ligada ao Papa e fora do controlo de Pequim, conta mais de 8 milhões de fiéis. Ultimamente tem havido sinais de abertura por parte da China, quanto a eventuais negociações com o Vaticano, apesar de as autoridades de Pequim continuarem inflexíveis nas suas exigências: que o Vaticano deixe de reconhecer Taiwan como país independente e que aceite também a nomeação dos bispos chineses por parte da Associação Patriótica Católica (APC), controlada pelo Estado. Redacção/Lusa

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top