Reforçar instituição enquanto polo de formação cristã no Extremo Oriente e aproximá-la da comunidade local são objetivos a alcançar
Lisboa, 19 abr 2012 (Ecclesia) – O padre Peter Stilwell vai assumir no início de maio a função de reitor na Universidade de São José, em Macau, e espera contribuir para o reforço daquela instituição católica enquanto polo de formação cristã no Extremo Oriente.
Em declarações concedidas hoje à Agência ECCLESIA, o até agora vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em Lisboa, destaca a ligação que o estabelecimento de ensino macaense tem conseguido estabelecer com alunos vindos de outros países asiáticos, como “Birmânia, Vietname, Tailândia e Singapura”.
“Estas pessoas recorrem à Universidade de São José para estudar teologia e seria interessante aprofundar esses laços”, aponta aquele responsável.
Criada em 1996, a partir de uma parceria entre a Diocese de Macau e a UCP, a estrutura educativa acolhe atualmente cerca de 2 mil estudantes e oferece perto de 60 programas de licenciatura, mestrado e doutoramento, entre os quais um curso de teologia totalmente lecionado em inglês.
No horizonte do padre Peter Stilwell está o aproveitamento desse potencial a favor de uma maior ligação com a comunidade cristã local e também da China, nação onde o corte das relações diplomáticas entre o Estado e a Santa Sé, em 1951, obrigou milhões de fiéis a viverem na clandestinidade.
Sobre o relacionamento com a população de Macau, o sacerdote defende que “a universidade cresceu muito rapidamente ao longo dos anos, mas um pouco fechada sobre si própria e portanto, importa estabelecer pontes com a sociedade, com as aspirações dos macaenses”.
Quanto à proximidade com a Igreja Católica da China – em comunhão com a Santa Sé e não reconhecida pelo Governo do presidente Hu Jintao – o novo reitor destaca o facto de “nos últimos anos, o clero chinês ter vindo a Macau fazer a sua formação”.
Ainda a este nível, a Universidade de São José deverá acolher nos próximos meses um congresso dedicado aos 50 anos do Concílio Vaticano II, com a presença de estudiosos católicos que se encontram nas universidades chinesas.
“Esse tipo de iniciativas”, acrescenta o mesmo responsável, “permitirão criar o pano de fundo dentro do qual se poderá melhorar as relações entre a Santa Sé e a China”.
Garantir a competitividade e a “excelência” do ensino e “levar por diante a instalação da universidade no novo campus”, iniciada em 2009, são outras metas traçadas pelo padre Peter Stilwell.
“O novo campus já existe mas as construções têm de ser levadas até ao fim e portanto vamos completar esse trabalho”, aponta.
Aos 65 anos, o sacerdote substitui no cargo o professor Rúben de Freitas Cabral, que teve de abandonar Macau por razões pessoais.
JCP